Saiba quem são os suspeitos de mandar matar Marielle Franco
A família Brazão atua principalmente na Zona Oeste do Rio, região dominada por grupos milicianos. O delegado Rivaldo Barbosa foi empossado chefe da Polícia Civil do RJ em 13 de março de 2018, um dia antes do atentado.

Os irmãos Domingos Inácio Brazão e João Francisco Inácio Brazão foram detidos neste domingo (24), apontados como os mandantes do assassinato de Marielle Franco.
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Ambos são figuras políticas com uma longa história no estado. A família Brazão sempre teve uma influência significativa em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, uma área historicamente controlada por grupos paramilitares.
Domingos Brazão
Domingos Brazão (Reprodução TV Globo)
Domingos Brazão, que atualmente atua como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), detém foro especial e teve sua prisão preventiva decretada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele tem consistentemente negado qualquer envolvimento com o crime.
Antes de ingressar na esfera pública, Domingos trabalhou como assessor parlamentar na Câmara dos Vereadores do Rio durante a década de 1990.
Sua carreira política começou em 1996, quando foi eleito pela primeira vez para um cargo público, obtendo uma vaga na Câmara de Vereadores do Rio. Nos anos seguintes, foi eleito deputado estadual e serviu por cinco mandatos consecutivos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), de 1999 a 2015.
Em 2015, Domingos foi indicado e eleito, com uma maioria expressiva de votos, para ocupar uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE), o que o levou a se desfiliar do MDB. Sua nomeação foi objeto de controvérsia na época devido à falta de apresentação de certidões cíveis, criminais e eleitorais.
Durante seu tempo na Alerj, Domingos enfrentou acusações de compra de votos e chegou a ser afastado, mas posteriormente foi reconduzido ao cargo por meio de uma liminar favorável do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski.
Rio das Pedras, considerado o berço da milícia carioca, era um dos principais redutos eleitorais de Domingos Brazão, apesar de suas negativas de envolvimento com grupos paramilitares e atividades criminosas.
Domingos Brazão também foi acusado e posteriormente absolvido de um assassinato, admitindo o ato em uma discussão com a então deputada estadual Cidinha Campos durante uma sessão na Alerj.
Em 2017, Domingos foi temporariamente preso na Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio, juntamente com outros quatro conselheiros do TCE. Ele permanece sob suspeita de integrar um suposto esquema criminoso envolvendo membros do Tribunal de Contas.
Seu afastamento do cargo foi revertido por uma decisão judicial em maio do ano passado, embora a ação penal relacionada ao suposto esquema de propina permaneça em curso.
Chiquinho Brazão
Chiquinho Brazão, irmão de Domingos, é um empresário de postos de gasolina e político que serviu como vereador na Câmara Municipal do Rio por 12 anos, durante parte do mandato de Marielle Franco. Em 2018, foi eleito para a Câmara dos Deputados e em 2022 foi reeleito.
Em outubro de 2023, Chiquinho assumiu o comando da Secretaria Municipal de Ação Comunitária, indicado pelo partido Republicanos. No entanto, foi exonerado em fevereiro do ano seguinte.
Ao contrário de seu irmão, Chiquinho nunca foi implicado no caso Marielle e afirma ter tido um bom relacionamento com ela durante o período em que compartilharam o plenário da Câmara do Rio.
Rivaldo Barbosa
O delegado Rivaldo Barbosa foi nomeado chefe da Polícia Civil do RJ em março de 2018, um dia antes do atentado. Ele destacou a importância de combater a corrupção e enfatizou a necessidade de cooperação entre as instituições para restaurar a tranquilidade à sociedade carioca. Segundo as investigações, há fortes indícios que ligam o delegado aos grupos de milicianos da região.
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