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Carro popular encareceu mais de 200% em 10 anos no Brasil, aponta levantamento

De acordo com a pesquisa, o Volkswagen Gol foi um dos carros que mais encareceram

Luciana Carvalho
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Um levantamento da empresa de avaliação de veículos e pesquisa automotivaKelley Blue Book (KBB), apontou que os carros populares encareceram mais 200% em 10 anos. O Volkswagen Gol, por exemplo, foi um dos carros que mais encareceram. Em 2013, um modelo zero quilômetro era vendido por R$ 20.600. Em 2023, o valor ja chega a R$ 68.500, uma alta de mais de 200%.

De acordo com a pesquisa, um carro zero quilômetro da marca Renault Kwid, é vendido a partir de R$ 68.100, sendo o veículo mais barato vendido no Brail atualmente. Para os parâmetros de “carro popular”, criado no governo Itamar Franco, em 1993, está bem longe da proposta inicial, que era ser acessível para todos os brasileiros.

O levantamento da KBB considerou preços referentes às versões de entrada ano/ modelo, verificados a partir de março de 2013. Os modelos Chevrolet Celta, Ford Ka e Fiesta, que estão no levantamento, saíram de linha e não possuem sucessores atualmente, por isso foram verificados os seus modelos mais novos para cada um deles.

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Paulo Garbossa, consultor do setor automotivo, explica que quando o carro popular chegou ao mercado brasileiro, eram totalmente despojados. “Os veículos tinham revestimentos da lateral de eucatex, para-choque pintado, ou seja, coisas que se faziam para baratear efetivamente o custo do carro. [Na década de 90] Não tinha uma série de equipamentos que atualmente são obrigatórios em todos os veículos. Hoje, todos os carros são carburados, têm injeção eletrônica, todos equipamentos de segurança e multimídia. Isso significa que houve uma obrigação em investir nos veículos por várias razões, como emissões de gases veiculares, dentre outros acordos com as normas vigentes do país”.

Milad Kalume Neto, diretor de desenvolvimento de negócios da JATO no Brasil, diz que no país o carro nunca foi popular. “Sempre o denominei por ‘veículo de entrada’. O advento da tecnologia nos veículos de hoje fez com que os custos de produção se elevassem. Além do mais, não podemos nos esquecer no custo Brasil – infraestrutura, logística e custos tributários -, sem contar a alta desvalorização pela qual nossa moeda passou. Todos os fatores juntos e tornou o veículo de entrada inacessível.”

Desde o implemento do Inovar-Auto, pela obrigatoriedade de alguns investimentos em powertrain e em segurança (ABS e airbag), os preços dos veículos deram um salto. Milad enfatiza que, se o brasileiro “puxar pela memória”, perceberá que os veículos de hoje são bem diferentes dos veículos de 10, 20 e principalmente 30 anos atrás.

Milad afirma que existe espaço para a volta de veículos um pouco mais baratos, porém serão menos equipados. As montadoras estão estudando ressuscitar o carro popular. A iniciativa tem sido discutida entre fabricantes de veículos e o tema começa a ser avaliado em Brasília. O setor acredita que, se houver acordo e o governo oferecer incentivos tributários, seria possível oferecer um veículo popular com valor pelo menos R$ 10 mil abaixo do praticado atualmente. 

O assunto está sendo pautado  entre os ministros do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e da Fazenda, Fernando Haddad com o intúito de avaliarem iniciativas para incentivar o setor que sofre com a queda das vendas. A intenção é criar um programa que permita reduzir o preço ao consumidor em pelo menos R$ 10 mil. Assim, segundo a indústria, seria possível oferecer carros de entrada com valor entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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