Homem que deu 61 socos na namorada se torna réu por tentativa de feminicídio
Igor Eduardo Cabral foi denunciado por tentativa de feminicídio após agressões em elevador. A vítima teve ossos da face quebrados e luta para se recuperar dos traumas
A Justiça do Rio Grande do Norte aceitou, nesta quinta-feira (7), a denúncia do Ministério Público estadual e tornou réu o ex-atleta Igor Eduardo Cabral, de 29 anos. Ele é acusado de tentativa de feminicídio contra a namorada, Juliana Garcia, de 35, agredida com 61 socos dentro de um elevador em Natal. As imagens das agressões circularam nas redes sociais e causaram comoção nacional.
Igor foi preso em flagrante no dia 26 de julho e segue detido preventivamente, sem prazo definido para soltura. O processo corre sob segredo de Justiça.
Réu poderá ser julgado pelo Tribunal do Júri
A denúncia foi encaminhada ao Tribunal do Júri, que fará a instrução do caso em duas etapas. Na primeira fase, o juiz ouvirá a defesa e a acusação para decidir se o réu irá ou não a júri popular.
Embora a tentativa de feminicídio tenha pena reduzida — de um a dois terços em relação ao crime consumado — Igor pode ser condenado a até 26 anos de prisão, conforme a dosimetria da pena e a gravidade dos fatos.
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Investigação aponta periculosidade e risco à vítima
Segundo o inquérito policial que embasou a denúncia, a manutenção da prisão preventiva é necessária diante da “gravidade dos fatos, da periculosidade do indiciado e da necessidade de proteção à integridade física e psicológica da vítima”.
Juliana foi ouvida duas vezes durante a investigação. No primeiro depoimento, ainda hospitalizada, ela se comunicou por escrito devido à gravidade dos ferimentos. Na segunda oitiva, já em recuperação, contou que Igor tentou matá-la. “Ele disse ‘então você vai morrer’ e começou a me bater”, afirmou à TV Record. “Eu resisti. Ele falhou no plano dele”.
Vítima sofreu múltiplas fraturas e luta por recuperação
Juliana sofreu fraturas em quatro ossos do rosto e ainda não consegue mastigar. Ela relatou que lutou para não perder a consciência durante a sequência de golpes, mesmo com o rosto ensanguentado. “Se eu apagasse, acho que eu teria morrido”, declarou.
O relacionamento entre os dois durava quase dois anos. Segundo Juliana, a relação era marcada por ciúmes e comportamentos abusivos.
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