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Amapaenses fogem para Afuá após apagão

Caos da falta de energia e água no estado vizinho lotou hotéis e embarcações na ilha

Eduardo Laviano

Afuá, ilha na contracosta do arquipélago do Marajó, está vivendo dias movimentados desde que a principal subestação de fornecimento de energia do Amapá sofreu uma explosão seguida de incêndio, na noite de terça-feira (3). A cidade paraense já possui uma relação muito próxima com Macapá, por conta da proximidade, mas nos últimos dias centenas de amapaenses decidiram ir para a ilha em busca de energia elétrica e água, já que não há previsão de volta dos serviços. Pelo menos dois navios e 10 lanchas já desembarcaram no porto da cidade. Os hotéis, pousadas e casas dos moradores estão lotados.

Celine Vaz foi uma das pessoas que estavam em Macapá e tiveram a ideia de passar o apagão em Afuá. Ainda na quarta-feira (4), se dirigiu ao porto de Macapá para ir para a a casa da avó. "Eu moro sozinha lá e até imaginei que a luz voltaria rápido, mas não aconteceu. Como moro em Marabaixo [bairro de Macapá], fiquei isolada. Quem mora no centro teve mais facilidade comunicação. Então fui com meu primo para o porto e já tinham dois barcos lotados prontos para sair, com filas imensas para comprar passagem", relata ela, que diz que todas as pessoas estavam desesperadas para chegar logo em Afuá.

Já a preocupação da analista judiciária Laura Rauda é o covid-19. O tribunal onde ela trabalha inclusive reduziu o horário de atendimento por conta do fluxo de pessoas na cidade. "As pessoas vieram de Macapá, que é uma capital, e ainda por cima em lanchas e navios lotados, sem distanciamento", lamenta ela, que conta que mesmo antes do apagão Afuá já estava relaxando nas medidas de prevenção ao novo coronavírus. "Já tem macapaense curtindo nos bares e a tendência é aumentar no final de semana. Hoje até foi tranquilo, pois choveu. Mas amanhã..", prevê ela, que é de Belém e se mudou para lá há dois anos, quando passou em um concurso público.

A cozinheira Ariédina Seixas compartilha da mesma preocupação."Tanta gente assim, só no Festival do Camarão", conta ela, que é nascida e criada na ilha, ao afirmar que há tempos não via a cidade tão cheia. O festival a que ela se refere é o principal evento da cidade e o ponto alto da economia local, ocorrido em julho. "Muitos estão olhando para essa situação com a mesma visão do festival, acredita? A ganância de dinheiro. É o que explica os barcos e bares cheios de gente", conta ela, que segue em isolamento social com esporádicas saídas ao mercado. A reportagem tentou entrar em contato com a Prefeitura de Afuá, mas não conseguiu contato até o fechamento desta reportagem.

Pará anuncia ajuda ao Amapá

O governador Helder Barbalho (MDB) anunciou pelo Twitter, na sexta-feira (6), que o Pará irá apoiar o Amapá durante o apagão. "Amanhã de manhã sairá uma aeronave do Estado com destino ao Amapá, levando 7 mil copos de água de 200ml e mil cestas básicas. Conforme tinha conversado com o governador @waldezoficial, sempre que possível, o @GovernoPara ajudará nossos irmãos amapaenses neste momento tão difícil", publicou ele.

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