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Vacinação para crianças e adolescentes nas escolas busca contornar baixa procura nos postos de Belém

Conforme a Sesma, o baixo índice de vacinação entre o público infantojuvenil na capital se deve ao fato de que os responsáveis evitam levar seus filhos aos postos de vacinação

Lucas Quirino*
fonte

A vacinação de crianças e adolescentes dentro das escolas faz parte da estratégia para atualização do calendário de imunização do público de até 15 anos em Belém. A informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), que registra o índice de apenas 65% de cobertura vacinal desse público neste ano, conforme balanço atualizado no dia 16 de abril. Segundo as orientações do Ministério da Saúde, a meta é alcançar 95% de imunização. A campanha nas unidades de educação está em fase de planejamento com datas ainda não definidas.

A enfermeira Lana Xantipa, que faz parte da coordenação de imunização da Sesma, explica que o baixo índice de vacinação entre as crianças e adolescentes na capital se deve ao fato de que os responsáveis evitam levar seus filhos aos postos de vacinação. Além disso, outro fator impactante é a propagação de fake news em torno das vacinas, um fenômeno que aumentou bastante durante a pandemia de covid-19.

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De acordo a Sesma, as vacinas de rotina do calendário nacional de vacinação, orientadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), são disponibilizadas em todas as salas de vacinação das unidades básicas de Saúde do município. Dentre elas:
• BCG,
• Rotavírus,
• Meningocócica C,
• Pneumocócica 10 valente,
• Pentavalente,
• Poliomielite Inativada (VIP),
• Febre Amarela.

Reunião de estratégias

No dia 16 de abril, o Comitê de Microplanejamento de Atividades de Vacinação da Sesma reuniu para detalhar as estratégias para enfrentamento do que eles avaliam como "negacionismo científico" em relação a essa não procura por vacinação. A reunião contou a participação de representantes de entidades parceiras como Rotary Clube, Escola do Serviço Único de Saúde (SUS), Programa Saúde na Escola (PSE), Conselho Municipal de Saúde, Instituto Evandro Chagas, Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenadoria de Imunização da Sesma.

“Sabemos que basicamente esse público infantil e juvenil está presente nas escolas, passam maior parte do tempo nesses ambientes. Então, já que eles não estão conseguindo ir até o posto de saúde, a equipe de saúde iria até as escolas para disponibilizar esses serviços”, adianta a enfermeira Lana Xantipa.

Quais outras estratégias para alavancar a cobertura vacinal?

Xantipa relata que a ideia é elaborar cronogramas de visitas nas escolas, planejando atividades de vacinação com a escola. A partir daí, fazer a avaliação da caderneta dessas crianças e adolescentes, promovendo a sensibilização dos responsáveis para que eles autorizem a vacinação. Por fim, executar a vacinação nas escolas.

Entre as estratégias estipuladas, estão o aumento do número de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), classificados recentemente no processo seletivo da Sesma e a contribuição no sentido de identificar os principais pontos de acesso nas comunidades e mapear as localidades onde o público infantojuvenil é mais carente de programas de imunização.

Outras estratégias incluem maior interação com diretores de escola, supervisores e orientadores educacionais, creches, pais e alunos, além da difusão por meio de carros de som em bairros distantes do centro de Belém, grupos de WhatsApp e vídeos curtos sobre a importância da vacinação para a proteção de crianças e adolescentes com os imunizantes que protegem contra:
• covid-19,
• HPV, poliomielite (injetável e oral),
• tríplice viral (caxumba, rubéola, sarampo),
• pentavalente (difteria, tétano, coqueluche, hepatite e haemophilus tipo B),
• meningocócica (meningite),
• e demais vacinas.

Vacinação nas escolas pelo Brasil e combate à desinformação

A vacinação nas escolas é uma proposta do Ministério da Saúde, lançada em 22 de março. Logo, “o que a gente está mesmo trabalhando agora é na atualização das cadernetas vacinais. E justamente para melhorar as coberturas vacinais e resgatar as crianças que não estão vacinadas, é aí que a gente está fazendo essa estratégia de vacinar na escola”, acrescenta a enfermeira Lana Xantipa.

“Doenças que estão controladas ou erradicadas, os pais pensam que não haveria mais a necessidade dos seus filhos irem se vacinar. Mas também um ponto das fake news que ganharam até mais força com a questão da vacinação de covid, por conta de ser uma vacina que foi desenvolvida mais rápida que o usual, sendo lançada ainda em fase experimental. Então todas essas notícias que são falsas, acabam colocando descrenças, até mesmo as próprias vacinas da rotina, que já estão estabelecidas há um bom tempo dentro do Programa Nacional de Imunização”, alerta Lanna.

Quanto o Pará recebeu para investir em vacinação?

No dia 17 de abril, o Ministério da Saúde informou que o Pará recebeu um importante investimento para fortalecer suas estratégias de vacinação. Com um montante de R$ 1,1 milhão destinado ao desenvolvimento de estratégias locais, somado a um adicional de R$ 8,8 milhões direcionados a 144 municípios do estado, a iniciativa busca impulsionar as ações de imunização e proteção da população, especialmente crianças e adolescentes menores de 15 anos. 

O investimento faz parte de uma ação nacional em que a Pasta disponibilizará um total de R$ 150 milhões para estados e municípios ao longo do ano de 2024. Os recursos serão direcionados para apoiar a execução da Estratégia de Vacinação nas Escolas, promover a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e fortalecer o Monitoramento das Estratégias de Vacinação em todo o país.

Na ocasião, a Sespa informou que a destinação de R$ 1,1 milhão visa fortalecer as estratégias locais de saúde. Isso inclui capacitação de multiplicadores estaduais e municipais na Estratégia de Microplanejamento, elaboração de materiais didáticos, treinamento das coordenações da Atenção Primária à Saúde e da Estratégia de Saúde da Família, além da realização de seminários de avaliação e atualização em atividades de vacinação de alta qualidade para os 13 Centros Regionais de Saúde/Municípios.

A Sespa também detalhou que o montante de R$ 8,8 será direcionado para apoiar e custear as ações de vacinação destinadas a crianças e adolescentes de até 19 anos.

*Lucas Quirino, estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade

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