Taxistas decidem aguardar audiência com prefeitura e liberar o trânsito em São Brás

Terminou o protesto encabeçado por cooperativas de taxistas de Belém, que reivindicam junto à Prefeitura mais rigor na regulamentação dos aplicativos de transporte de passageiros. A organização do movimento chegou a um consenso e decidiu por fim à interrupção do trânsito no centro da capital. O ato interrompeu o fluxo de veículos em todo o entorno do complexo de São Brás e vias de acesso ao perímetro, como as avenidas José Bonifácio, Cipriano Santos e Ceará. Apenas a passagem de ambulâncias e de carros da polícia estava sendo permitida.

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Ato tomou pistas em São Brás esta tarde (Igor Mota / O Liberal)

Durante todo o dia a categoria condicionou o fim do protesto a uma conversa com o prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, o que foi descartado pelo gestor municipal em vídeo postado pela assessoria de comunicação, no final da manhã. A intenção era pressionar a administração pública a antecipar a audiência marcada para as 17 horas da próxima sexta-feira, 26. Diante da negativa da PMB e da dispersão de muitos participantes, a liderança do movimento decidiu aguardar o encontro agendado com o gestor. Para esse dia já está programada uma nova movimentação. Eles pretendem se concentrar no complexo Ver-o-Rio, às 15h, e de lá, seguir rumo à Codem. A estimativa é reunir 2.400 motoristas de praça.

"O nosso movimento é pacífico. O que queremos é que o prefeito venha conversar conosco. Queremos que as regras valham todos os profissionais que trabalham com o transporte de passageiros, para garantir uma competição saudável. Além disso, a concorrência desleal e a consequente perda de demanda acarreta no desemprego de outros profissionais que trabalham nas cooperativas, como os atendentes", defende o taxista Marcelo Valentim.

Para o taxista Roger Sousa, a manifestação também é uma forma de protestar contra a falta de representação do sindicato da categoria. "Esse ato é iniciativa das cooperativas. Você pode ver que o sindicato não está aqui, porque eles são omissos e não respondem as nossas solicitações, não dão apoio e não lutam pela nossa causa", reclama.

Novos protestos são esperados sexta, dia de reunião com a prefeitura   (Igor Mota / O Liberal)

ENTENDA O CASO

Os taxistas cobram da Prefeitura de Belém mais rigor na regulamentação dos aplicativos de transporte de passageiros em Belém, que, segundo eles, não cumprem nenhuma das regras da atual legislação. O prazo inicial de adequação para os motoristas de aplicativos era de 120 dias (encerrado no último dia 18 de janeiro). Passado esse prazo, eles resolveram cobrar medidas municipais nas ruas.

Entre as cobranças da categoria está o credenciamento desses motoristas junto à Prefeitura de Belém e identificação dos veículos, além de limitação do número de operadores que trabalham com essa modalidade de serviço de transporte de passageiros. Há mais uma série de requisitos que já são, de alguma forma, cumpridos pelas plataformas de aplicativos, como emissão de recibos, mapa do trajeto feito e estimativas de preços.