Situação precária das ruas da capital gera revolta na população

A grande quantidade de ruas esburacadas em Belém tem gerado revolta e preocupação em moradores de vários bairros. Os registros vão desde as vias mais movimentadas até travessas e passagens.

Cratera na Júlio César

Na avenida Júlio César, quase no cruzamento da avenida Centenário, no bairro de Val de Cans, a pista sentido aeroporto ostenta uma cratera que se abriu no asfalto há cerca de um mês e já provocou vários acidentes com carros e motocicletas. Dono de uma borracharia que fica neste trecho, Erison Moraes (25) conta que já precisou ajudar muitos acidentados.

Moradores do bairro de Val de Cans sinalizaram o buraco da avenida Júlio César com pedaços de madeira e pneus (Akira Onuma / O Liberal)

"Na última quarta-feira (01), um motoqueiro caiu. É recorrente ter acidente. Como trabalho aqui perto, sempre vou ajudar. Nunca teve morte, mas danos materiais já foram muitos", contou.

Erison conta que depois que os moradores da área sinalizaram o buraco com pedaços de madeira e pneus as ocorrências diminuíram. "Mas ainda é um grande risco. É uma pista muito movimentada. Dá acesso ao aeroporto. Já vi motociclistas e motoristas de carro se dando mal pela desatenção".

Buraqueira na Pedreira

No bairro da Pedreira, a buraqueira na rua Antônio Everdosa, desde a travessa Estrella até o cruzamento com a travessa do Chaco, já é antiga. Nesta esquina, as crateras estão bem no meio da pista e dificultam a curva para vários condutores.

Rua Antônio Everdosa, na Pedreira, está cheia de buracos (Akira Onuma / O Liberal)

Ao longo da travessa do Chaco, entre a Antônio Everdosa e a Rua Nova, mais buracos. "Na esquina da Antônio Everdosa com a Timbó, tem um bueiro. Quando chove, a tampa levanta. Muito motorista já bateu ali porque não conseguiu ver no meio do alagamento", relatou o pintor Carlos Jerônimo (47), morador da área. "Nesta semana, uma moça caiu de moto em um buraco da Antônio Everdosa e cortou o pé", detalhou.

Moradores da área já fizeram manifestação para cobrar reparos nas vias, mas há anos são feitos apenas ajustes pontuais, segundo populares.

Vizinhança já fez protesto conta os buracos na rua Nova, na Pedreira (Akira Onuma / O Liberal)

O universitário Gabriel Lisboa (22) reside na Rua Nova e conta que a comunidade que transita nesse perímetro vem sofrendo com os buracos que vêm se multiplicando desde quando começou o tráfego de ônibus pela via, há 12 anos. Os problemas começam desde a travesa do Chaco até travessa Mauriti.

"Passam duas linhas de ônibus por aqui, além de muitos veículos pesados, particulares e até carros-fortes. A rua é muito movimentada. A gente sente até o chão tremer quando passa um veículo pesado", contou. "Colocamos pedras nos buracos, mas eles acabam cedendo logo. Há duas semanas, os vizinhos fizeram um protesto por causa dessa situação", disse Gabriel.

Mais buracos em Icoaraci

Problema com asfalto que cede também atormentam quem mora ou precisa transitar pela rua Dois de Dezembro, entre a avenida Dr. Lopo de Castro e a travessa Pimenta Bueno, no bairro do Cruzeiro, em Icoaraci.

Moradores taparam alguns buracos com entulho na rua Dois de Dezembro, no bairro do Cruzeiro, em Icoaraci (Ivan Duarte / O Liberal)

O carroceiro Raimundo Bandeira (67) relata que a população teve que tapar os buracos com entulho. "Tivemos que fazer isso pra evitar acidente. Mas passa muito carro, moto e ônibus. É muito perigoso", diz.

Nota da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Belém informou que está com frentes de trabalho em diversos bairros da cidade que contemplam ações de reconstrução asfáltica e obras de drenagem e pavimentação.

"As vias citadas estão incluídas no cronograma de serviço da Operação Tapa-buraco, que está atendendo várias áreas de Belém e segue um cronograma", esclarece a nota.