Ação na Praça da República conscientiza população sobre hanseníase; diagnóstico precoce é essencial

Houve oferta de atendimentos de saúde e assistenciais, além de atividades de lazer, como dança e brincadeiras para crianças, e ainda uma caminhada

Elisa Vaz
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O público que passou pela Praça da República na manhã deste domingo (28) se deparou com uma ampla programação de orientação a respeito da hanseníase, organizada pela Prefeitura de Belém, em parceria com o governo do Estado e grupos da sociedade civil. Em alusão ao Dia Mundial de Luta contra a Hanseníase, celebrado no mês de janeiro, houve a oferta de atendimentos de saúde e assistenciais no Dia D, além de atividades de lazer, como dança e brincadeiras para crianças, e ainda uma caminhada.

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No dia 28 de janeiro, último domingo do mês, a Sespa vai realizar na Praça da República uma programação voltada a sensibilização da população que estiver no local.

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Conforme a secretaria, até o mês de setembro desde ano, 1.006 casos foram diagnosticados

As ações foram realizadas de 8h às 13h e, pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), houve atendimento médico e de enfermagem dermatoneurológico voltado para hanseníase; vacinação com a oferta dos imunizantes contra Influenza, Meningo ACWY, febre amarela, bivalente e CoronaVac; distribuição de autotestes de HIV e preservativos; ações preventivas e educativas de saúde bucal; e teste rápidos para doenças sexualmente transmissíveis.

Segundo a coordenadora do programa de controle de tuberculose e hanseníase da Sesma, Fabiane Oliveira, esta é uma doença infectocontagiosa transmitida por meio das vias aéreas superiores - tosse, espirro ou fala. A especialista alerta que, no caso de qualquer sintoma característico da enfermidade, o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima à sua residência. Ela lembra também que o tratamento é gratuito e está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Confira os sintomas no infográfico.

Conscientização

Foram registrados, na capital, 83 novos casos de hanseníase em 2022 e 77 em 2023, segundo a Prefeitura de Belém, o que representa uma queda de 7,22% entre um ano e outro. Para que o número continue em queda, há a necessidade de conscientizar, na opinião de Fabiane Oliveira. Como o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e pode variar entre dois e 10 anos, a população deve conhecer os sintomas e ficar atenta ao aparecimento de algum deles para ter acesso ao diagnóstico e tratamento precoces, fundamentais para a boa recuperação do paciente.

A enfermeira Aline Presley, que trabalha diretamente com as pessoas diagnosticadas com hanseníase, diz que o maior desafio hoje ainda é superar a descoberta tardia. “Infelizmente, por ser uma doença de desenvolvimento lento, acaba que as pessoas não se atentam para os sinais e sintomas, acham que pode ser algum outro tipo de alergia de pele, e não procuram atendimento. E quando procuram já estão com algum comprometimento nervoso, a nível de nervo periférico, de atrofia, e o diagnóstico acaba sendo tardio”, lamentou.

Para Fabiane, a importância da ação é justamente conscientizar o público a respeito da doença. “A gente quer levar mais conhecimento para a comunidade. No Pará e no município de Belém, a gente está com a tendência de queda no número de casos, mas é importante que o público tenha ciência de quais são os sinais e sintomas, de como é feito esse diagnóstico e procure uma Unidade Básica de Saúde. Ainda somos um município endêmico para a hanseníase”.

Quem estava passeando pela praça com o filho e acabou adquirindo informações sobre a doença foi a pedagoga Edjane Bittencourt, de 42 anos. Ela conta que se deparou com a ação e resolveu participar, e achou muito interessante. “A orientação sobre a hanseníase é muito importante, com certeza. Recebemos informações, mas elas acabam caindo no esquecimento, e precisamos nos atualizar e ficar atentos. Não podemos deixar a saúde de lado”, opinou.

Ao longo do mês de janeiro, a Sesma realiza em diversas UBSs do município, a campanha Janeiro Roxo, que consta no calendário do Ministério da Saúde e é voltada para a conscientização sobre a hanseníase. A programação, que iniciou no dia 11 de janeiro e segue até a próxima quarta-feira (31), reúne uma série de atividades, como busca ativa de casos nos bairros de Belém, rodas de conversa, palestras, atividades educativas para os usuários e vacinação.

Família Acolhedora

Outro braço da ação na Praça da República foi o projeto Família Acolhedora, organizado em uma parceria entre a Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA) e a Fundação Papa João XXII (Funpapa). O defensor público e coordenador da ação Carlos Eduardo Barros explicou que o evento esteve voltado para famílias fazerem um cadastro e ficarem aptas a receber crianças que iriam para Unidades de Acolhimento, conhecidas como abrigos. Os pequenos, então, ficariam nas casas dessas famílias por um tempo, monitoradas pela Funpapa. Os responsáveis recebem um salário mínimo para auxiliar na rotina.

No local, foi possível tirar documentação, como certidão de nascimento e de óbito, carteira de trabalho, CPF, receber orientação jurídica, fazer agendamentos, tomar vacina, ter acesso a atendimento médico, área de lazer, recreação e mais. Para quem perdeu a programação, basta entrar no site da Funpapa para saber mais.

Sintomas da hanseníase:

  • Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo
  • Perda e alteração de sensibilidade ao quente ou frio, ao toque e à dor
  • Áreas com diminuição dos pelos e suor
  • Dor e sensação de choque
  • Formigamento
  • Fisgadas e agulhadas ao longo de braços e pernas
  • Inchaço de mãos e pés
  • Dificuldade de fechar os olhos
  • Perda de força em mãos e pés
  • Feridas na planta dos pés
  • Caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos
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Belém
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