Plano emergencial do Barros Barreto será entregue até 23 de outubro

Medidas tentam conter a crise mais grave do hospital em 40 anos de história

Victor Furtado

Em mais de 40 anos de existência, o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB) enfrenta a maior crise. Uma situação que é reconhecida pela atual gestão. Até o dia 23 de outubro, um plano emergencial deverá ser apresentado ao Comitê Interinstitucional de Resoluções Administrativas de Demandas de Saúde (Cirads). O compromisso foi assumido na terça-feira (15), durante reunião na Justiça Federal, em Belém.

Esse plano emergencial traz medidas que deverão ser aplicadas até o final deste ano, para sanar diversos problemas estruturais e operacionais do HUJBB. O local começou como um sanatório, em 1957. Virou hospital em 1976.

O Cirads tem como coordenador no Pará o juiz federal Cláudio Henrique Fonseca de Pina. Ele é encarregado de encaminhar, administrativamente, soluções na área de Saúde Pública, para evitar que as demandas sejam judicializadas.

Cláudio Henrique destacou que os problemas verificados no HUJBB são antigos, mas se agravaram pela dificuldade econômica generalizada do país. “Isso, no entanto, não pode servir de impedimento ou obstáculo para a busca de soluções, até porque grandes problemas demandam soluções complexas e não há como se esperar resoluções rápidas ou milagrosas. Mas é preciso que sejam encontradas soluções, bem como a mediação com todas as instituições envolvidas, com o objetivo de promover o diálogo e, consequentemente, sanar as gravidades e carências do Hospital”, enfatizou.

Funcionários com mais de 20 anos de atuação no hospital participaram da reunião, para relatar alguns dos problemas enfrentados. Um deles é o médico pediatra Miguel Pinheiro. Do ponto de vista de órgão fiscalizador, a promotora de Justiça Suely Regina Ferreira Catete também pontuou vários fatos. Ambos reforçaram a necessidade de algumas soluções de forma urgente. Algumas situações colocam pacientes em risco.

Entre muitos problemas, eles citaram a internação de crianças em UTIs para adultos; ratos que já foram encontrados dentro de colchões; falta de áreas de isolamento (sendo que das quatro existentes, apenas uma funciona ainda de maneira precária); ausência de UTI pediátrica; e falta de ventiladores e equipamentos, como balança para bebês, medidor de pressão arterial e tomografia para crianças.

A promotora Suely Catete disse que já chegou a pedir, formalmente, por meio de ofício, explicações sobre os problemas detectados. Foi surpreendida com um expediente informando que o hospital não daria explicações ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) porque os problemas não teriam sido comprovados.

Representantes da nova administração do HUJBB — a superintendente Regina Feio Barroso e o gerente de Administração, Maurício Bezerra — reconheceram todos os problemas relatados. Concordaram que são necessárias medidas urgentes para restaurar a capacidade plena de atendimento. Só que as soluções podem demorar pelos processos legais.

O HUJBB é referência em atendimento de doenças infecto-contagiosas, como Aids, tuberculose e meningite. Uma das condições que poderá facilitar a solução dos problemas, no ano que vem, é a previsão da liberação de recursos para os hospitais universitários federais em todo o País. O Barros Barreto está na lista de instituições a serem contempladas.

O objetivo imediato do plano emergencial é restabelecer as condições que o hospital oferecia antes da crise. Os gestores acrescentaram que já haviam sido disponibilizados recursos para a reforma da área de nutrição e pediatria. E que estão sendo trabalhadas soluções para os problemas referentes ao centro cirúrgico, pronto atendimento oncológico, cirurgia ambulatorial, lavanderia e contratação de pessoal terceirizado.  

O Cirads também é formado por representantes da Justiça Federal, da Justiça Estadual, dos ministérios públicos Federal e Estadual, das defensorias públicas da União e do Estado, da Advocacia Geral da União e de secretarias de saúde municipais e do Estado.

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