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Detran, PRF e Ministério da Saúde desmentem: álcool gel não altera bafômetro

Em vídeo que viralizou, piloto diz que produto pode dar 'falso positivo' em blitz

Dilson Pimentel
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Um vídeo que circula nas redes sociais levanta a possibilidade de que o uso do álcool gel, cujo uso está sendo muito comum agora, por causa do combate ao coronavírus, pode levar a resultados com "falsos positivos" nos testes de embriaguez no trânsito, feitos com uso do bafômetro. Veja:

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No vídeo gravado, o piloto Cesar Urnhani faz um "teste": passa o álcool em suas mãos, esfregando-as. Em seguida, ela passa as mãos no volante. Tudo isso dentro do veículo e em um ambiente fechado. Ele também faz o teste em um bafômetro individual (que é descartável). Primeiro, faz o teste sem usar o álcool gel. O resultado é negativo. Depois, com o uso do álcool gel, o resultado é positivo. E aí, então, ele alerta os internautas para que fiquem atentos a essa possibilidade.

O conteúdo divulgado em redes sociais dividiu opiniões e gerou várias reações. Em outro vídeo, publicado esta terça (3), a Polícia Rodoviária Federal também desmentiu o '"teste". Veja:

Em nota, a PRF disse que utiliza dois tipos de equipamentos em fiscalizações: os etilômetros passivos são utilizados para a triagem, pois detectam o álcool presente no ar do ambiente, independentemente da ação do condutor. Os etilômetros ativos, utilizados para comprovar o estado do condutor, dependem da ação da pessoa fiscalizada através do sopro, pois esses equipamentos, extremamente precisos, medem a quantidade de álcool presente no ar que está dentro dos pulmões.

"Os aparelhos usados pela PRF são aferidos pelo INMETRO e que nós não utilizamos bafômetros descartáveis do tipo bolsa de ar. Se você utiliza álcool gel para limpar suas mãos ou higienizar partes do seu veículo, fique tranquilo, pois isso não irá ser detectado durante a fiscalização como se você estivesse embriagado", diz a PRF

"Os aparelhos usados são aferidos pelo Inmetro. Não utilizamos bafômetros descartáveis do tipo bolsa de ar. Se você usa álcool gel para limpar as mãos ou higienizar partes do veículo, fique tranquilo. Isso não irá ser detectado durante a fiscalização como se você estivesse embriagado", diz a PRF

Em Belém, o taxista Edmilson Garcia, que completa 52 anos de idade esta semana e tem 26 de profissão, acredita que isso de fato pode ocorrer. "Já usei o álcool gel, mas nunca fiz o teste do bafômetro", disse. "Uso de vez em quando, porque a nossa mão fica melada, a gente pega em dinheiro. Mas acho que isso é possível, sim. Se você o está inalando, está digerindo para dentro de você o álcool", acrescentou.

Já Nickson Gonçalves, 44 anos, motorista de carreta que também dirige táxi, é mais cético. "Acho que isso não é possível. Afinal, a pessoa só passa o álcool gel nas mãos. Ela não o ingeriu. Só passou superficialmente", disse ele, que tem mais de 20 anos de profissão.

"Acho que isso não é possível. Afinal, a pessoa só passa o álcool gel nas mãos. Ela não o ingeriu. Só passou superficialmente", diz Nickson Gonçalves, 44 anos, motorista de carreta que também dirige táxi

Detran questiona 'teste'


O Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran) informou que não procede a denúncia apresentada no vídeo. Segundo o órgão, os agentes de fiscalização não utilizam etilômetros descartáveis em suas abordagens. Assim, o teste derveria ser feito com o aparelho próprio e aprovado nas verificações realizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

Cabe lembrar também que a captação exata do etilômetro na medição diz respeito ao ar expelido dos pulmões, identificando o álcool no organismo do condutor, o que leva às penalidades. "Já percepções imediatas do aparelho, como a demonstrada no vídeo, apesar de poderem captar também produtos à base de álcool, estes se dissipam rapidamente, não permanecendo no organismo, sem risco, portanto, do condutor ser flagrado em testes pelos agentes do órgão", afirmou ainda o Detran.

"Percepções imediatas do aparelho, como no vídeo, apesar de poderem captar também produtos à base de álcool, estes se dissipam rapidamente, não permanecendo no organismo, sem risco, portanto, do condutor ser flagrado em testes pelos agentes do órgão", ressalta o Detran

image Bafômetro descartável: etilômetro em blitz é de outro tipo (via redes sociais)

Ministério da Saúde desmente vídeo


O Ministério da Saúde também diz ser fake news essa informação e pede às pessoas que não compartilhem o conteúdo do vídeo, pois "ele não está correto".

De acordo com o a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), e diferentemente do que afirma o piloto no vídeo, o condutor não perde a habilitação após o resultado do bafômetro descartável. "Os órgãos de fiscalização de trânsito não utilizam bafômetros descartáveis para a aplicação de penalidade", afirma.

"Os órgãos de fiscalização de trânsito não utilizam bafômetros descartáveis para a aplicação de penalidade", diz o Ministério da Saúde

Etilômetros medem dosagens 


Segundo a resolução 432 de 2013 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), para efeitos de fiscalização de trânsito, o teste de dosagem de alcoolemia deve ser feito por meio de aparelho destinado à medição do teor alcoólico no ar alveolar (etilômetro). "Conforme dispõe a Resolução, o etilômetro deve ser aprovado nas verificações metrológicas inicial, eventual, em serviço e anual realizadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Do resultado do etilômetro (medição realizada) deverá ser descontada margem de tolerância, que será o erro máximo admissível, conforme legislação metrológica", acrescentou.

Saúde recebe denúncias


Para combater as fake news sobre saúde, o Ministério da Saúde, de forma inovadora, está disponibilizando um número de WhatsApp para envio de mensagens da população. Vale destacar que o canal não será um SAC ou tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, que serão apuradas pelas áreas técnicas e respondidas oficialmente se são verdade ou mentira.

Qualquer cidadão poderá enviar gratuitamente mensagens com imagens ou textos que tenha recebido nas redes sociais para confirmar se a informação procede, antes de continuar compartilhando. O número é (61) 99289-4640.

 

 

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