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Páscoa ganha um sabor regional com criações de gastrônomos paraenses

Inserção de elementos da culinária regional na elaboração dos ovos de chocolate confere novo tom e sabores diferentes a uma tradição cuja origem se perdeu no tempo

Vanessa Van Rooijen
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Uma das novidades dessa Páscoa em Belém é o ovo de pudim, uma das receitas diferentes com ingredientes exóticos desenvolvidas por gastrônomos paraenses, que se destacam no mercado nacional. Pelo Brasil também existem ovo de empada, ovo de coxinha e até ovo de sushi. As inovações são muitas, mas o queridinho de todos continua sendo o doce, com base de chocolate.

O gastrônomo Sulivan Trindade, idealizador do ovo de pudim, conta que o recheio do doce é o pudim, com uma textura diferente do tradicional e muita calda. Sulivan garante: “Só de olhar já dá água na boca”. Ele trabalha com ovos de páscoa desde a adolescência, por isso tem certeza da qualidade do produto, que está sempre se atualizando

“Esse trabalho me ajudou a conquistar muitas coisas em minha vida e a criar responsabilidades”, lembrou. Além da criatividade, a qualidade do produto é essencial. “Gosto sempre de colocar a qualidade dos nossos ingredientes em primeiro lugar, pois só assim conseguimos um resultado ideal”. Há ainda quem prefira os sabores tradicionais, mas sem perder o interesse pelo visual. Para esse público existem os ovos de colher, que são cortados ao meio e recheados.

A confeiteira Rayanne Bulhões trabalha com produtos regionais na produção. Ela afirma que o diferencial desse tipo de produto é, a partir do gosto do cliente, montar recheios específicos. “Os sabores paraenses, como doce de cupuaçu e bacuri, sempre entram na lista dos mais pedidos. Se a pessoa quiser, a gente acrescenta nibs de cacau ou gotas mais amargas para contrastar com o azedo das nossas frutas”, explicou.

Para Rayanne, receber um ovo de colher é mais atrativo e gostoso. Ela garante que os produtos têm base de 50% e 100% de cacau, além da composição de brigadeiro de leite ou mousse de morango. “Muita gente compra pra dar de presente ou mesmo se presentear. O mais legal é poder reunir a família, sentar após o almoço de domingo e poder desfrutar desse símbolo”, afirmou.

Origem está bem distante do presente

O costume de presentear com ovos coloridos surgiu entre os antigos egípcios, persas e alguns povos germânicos, na opinião de alguns historiadores, mas, antes de surgirem os ovos de chocolate, a tradição na Páscoa girava em torno de ovos de galinha pintados.

Segundo a gastróloga Vanessa Alencar, atualmente o início dessa tradição é atribuída aos chineses, que davam ovos decorados nas festas de primavera. No entanto, os ovos de chocolate se tornaram um símbolo da Páscoa e representam, a partir da comemoração pelos cristãos, a resurreição de Jesus Cristo, o nascimento da vida.

Também professora de Gastronomia, Vanessa explica, a partir de um apanhado histórico, que nobres e reis do período medieval tinham o costume de comemorar a Páscoa presenteando os familiares com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Segundo ela, foi necessária a intervenção da gastronomia para que ovos de chocolate começassem a ser utilizados como presentes. “A partir do século XIX, o hábito de presentear com ovos fez surgir a produção do ovo de chocolate”, alinhava. 

“O pioneiro nessa prática foi François Louis Cailler, que em 1819 abriu a primeira fábrica de ovos de chocolate na França”. De acordo com Vanessa, na segunda metade do século XX, a produção em larga escala dominou a indústria e o mercado. Desde então, o consumo de ovos tornou-se intenso, transformando ou ressignificando o sentido tradicional da festa pascal.

Ela afirma que, ao longo dos anos, a gastronomia como um todo vem mudando e que todos os segmentos precisam acompanhar essa evolução. “Nós paraenses precisamos agregar a essa cultura de trocar ovos os nossos ingredientes, que são únicos”, recomendou. “Nós produzimos chocolates de excelente qualidade. Além de fomentar a economia do Estado, isso sempre enaltece nossa gastronomia rica em sabores”.

Ingestão de chocolate pode causar até morte de animais

As substâncias tóxicas existentes no chocolate podem fazer mal aos animais e até levá-los à morte. É o que explica a médica veterinária Paula Barbosa: derivado do cacau, o chocolate contém substâncias estimulantes - como as metil-xantinas e teobromina - que para cães e gatos são tóxicas. “Os animais têm dificuldade para metabolizar e eliminar essas substâncias do organismo, o que leva facilmente a uma intoxicação de difícil resolução por permanecer no organismo por mais tempo, às vezes por até 24 horas”, disse ela.

Embora a quantidade de teobromina varie com o tipo de chocolate, a especialista afirma que não existe um antídoto. “Numa escala crescente, quanto mais escuro o chocolate, maior será a quantidade”, acrescentou. O nível de intoxicação também está relacionado ao tamanho do animal: quanto menor o peso, menor a dose necessária para ocorrer a intoxicação. No caso de ingestão, os animais podem apresentar vários sintomas, como vômitos e convulsões. “O ideal é levar o animal para atendimento veterinário o quanto antes”, alertou.

“O tratamento se baseia em suporte e reversão de sintomas, exigindo internação”. Quem tem criança em casa deve tomar cuidado, oferecendo o chocolate sob supervisão para evitar que seja repassado ao animal. O alimento deve ficar, de preferência, em local de difícil acesso, para que os animais não comam quando estiverem sozinhos.

image Thaís e Lua: alimentação natural, após o susto (Pedro Paulo Machado)

 

 

 

A golden retriever Lua, de 3 anos e 2 meses, passou por este tipo de situação: sua tutora, Thaís Martins, contou que a cadela já comeu coisas que não deveria, algumas vezes, mas não passou mal. “Meu maior desespero foi pensar que algo poderia acontecer”, contou. “Ela comeu cinco pirulitos e uma fatia de bolo de chocolate”.

Thaís não sabia sobre os perigos que os alimentos podem representar para cães e gatos, por isso decidiu pesquisar a respeito. Procurou um especialista que mudou o cardápio de Lua e hoje a cadela é adepta da alimentação natural. “Nessa dieta, vários alimentos estão fora do cardápio, inclusive o chocolate”, explicou. Para Thaís o cuidado é a melhor opção, porque muitas vezes não dá tempo de socorrer.

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