OUÇA: Mulheres se mobilizam contra assédio durante atividades físicas nas ruas de Belém

As caminhadas e as corridas pelas ruas de Belém estão se tornando cada vez mais um verdadeiro problema para mulheres que buscam sair da rotina, por meio da prática esportiva. Na verdade, o problema não está nas mulheres: está nos homens. O assédio e a importunação sexual são cada vez mais denunciados por elas, aponta professora de Educação Física Elina Fadell, que idealizou a campanha “Que nenhuma mulher seja assediada pela roupa que usa”. Ela falou sobre esse desafio durante entrevista cedida ao programa Panorama Liberal, apresentado pelo jornalista Celso Freire, na rádio Liberal AM 900. Ouça a íntegra da conversa:

Para mulheres, o medo cerca práticas físicas e esportivas em Belém (acervo pessoal)

A campanha vai ser lançada neste sábado (15). Nesse dia, cada mulher engajada vai tirar uma foto, ao realizar o seu treino, fazendo o gesto da campanha, para depois postar nas redes sociais. “Vamos expor o máximo possível e marcar os perfis e as hashtag para ajudar na conscientização contra o assédio”, destacou Elina Fadell.

Segundo ela, não há dados mais concretos desse problema. Porém, apenas em 2019, já foram denunciados à Polícia Civil, 166 casos de assédio e 600 casos de importunação sexual. Em 2020, houve decréscimo de 6% nas denúncias em virtude da pandemia da covid-19. E até o primeiro trimestre de 2021, já foram contabilizados 26 casos de assédio e 16 casos de importunação sexual.

“São dados registrados, mas há muitos outros que não são registrados por conta do medo e de outros fatores. A campanha visa incentivar as mulheres a buscarem seus direitos de ir vir independente da roupa que estiver utilizando”, ressaltou Elina.

Apenas em 2019, já foram denunciados à Polícia Civil 166 casos de assédio e 600 casos de importunação sexual. Em 2020, houve decréscimo de 6% nas denúncias, na pandemia da covid-19. E até o primeiro trimestre de 2021, já foram contabilizados 26 casos de assédio e 16 casos de importunação sexual.  “Mas há muitos outros dados que não são registrados, por conta do medo e de outros fatores. A campanha visa incentivar as mulheres a buscarem seus direitos de ir e vir, independente da roupa que estiver utilizando”, ressalta Elina Fadel

A personal trainer destaca ainda que a campanha conta com um perfil na rede social Instagran “Me deixe treinar em paz” e nele as mulheres podem trocar experiências e informações sobre os assédios que ocorrem nas práticas esportivas em Belém.

Elina Fadell também enfatiza que qualquer prática de assédio pode ser denunciada: “A orientação que nos foi dada é que o boletim de ocorrência pode ser feito de forma online no site da Policia Civil, porque de posse do boletim de ocorrência a polícia vai saber onde pode agir, vai receber todos os detalhes e poder atuar, punir  e nos deixar mais tranquila”.

Denúncias ainda são reprimidas, apontam organizadoras (acervo pessoal)