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Moradores do Residencial Riacho Doce II fecham avenida Perimetral em protesto

Ocupantes do conjunto reclamam de pedido de reintegração de posse feito pela Cohab. Prédio estaria abandonado há 18 anos

Redação Integrada
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Moradores que ocupam há cerca de um ano o Residencial Riacho Doce II, localizado na rua Barão de Igarapé-Miri, entre a rua Augusto Corrêa e a passagem Tucunduba, em Belém, bloquearam na tarde desta segunda-feira, 16, a passagem de veículos na avenida Perimetral, próximo ao Campus III da Universidade Federal do Pará (UFPA). Eles alegam que receberam uma intimação judicial movida pela Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab) para desocuparem o imóvel dentro de 15 dias.

A manifestação começou por volta das 16h30, quando os ocupantes resolveram fechar os dois sentidos da avenida Perimetral, utilizando pneus, pedaços de pau, bancos de madeira e outros objetos. Segundo a diarista Sônia Silva, a ocupação começou no ano passado, após os moradores verificarem que o espaço estava abandonado há 18 anos, sem nenhum tipo de reforma. "A gente chegou há um ano, e o prédio tava entulhado de lixo, cheio de fezes, tinha roubo, uso de drogas, tudo que não prestava", conta.

Sônia afirma que foram os próprios ocupantes do prédio que realizaram as reformas nos apartamentos, já que durante os anos de abandono, tudo foi saqueado. "Não tinha janela, porta, vaso, não tinha nada. Hoje em dia, todos os apartamentos estão com as paredes pintadas, com o sistema de saneamento reformado, com portas, janelas. Tudo foi a gente que fez", diz a diarista, que está inscrita no programa "Minha Casa, Minha Vida", do Governo Federal, há mais de cinco anos, mas até hoje nunca foi beneficiada.

Ao todo, o prédio conta com cerca de 80 apartamentos, e cada um dos apartamentos é dividido entre pelo menos duas famílias, diz a manicure Gilmara Ribeiro. Ela afirma que entre as famílias há muitas crianças e idosos, e que a ocupação foi motivada pela falta de opções de conseguir uma moradia. "Muita gente se inscreveu no 'Minha Casa, Minha Vida' e está esperando há mais de 10 anos, mas até agora nada. Não temos condições de pagar aluguel, não temos onde morar, nem pra onde levar nossos filhos", relata.

Os manifestantes negociaram com a Polícia Militar, e por volta das 19h30, desocuparam a via pacificamente. Eles afirmam que pretendem fazer outro protesto, desta vez em frente à sede da Prefeitura de Belém ou do Governo Estadual, na quinta-feira, pela parte da manhã. O objetivo é chamar a atenção do poder público para a situação em que se encontram, de não ter para onde ir após a reintegração de posse. "Nós vamos parar tudo, vamos fazer o que for necessário pra cobrar os nossos direitos, a nossa moradia", concluiu Sônia Silva.

Em nota enviada à reportagem, a Companhia de Habitação do Pará (Cohab) informou que o pedido de reintegração de posse no Residencial Riacho Doce II foi solicitado pela Procuradoria Geral do Estado, para que as obras no local sejam retomadas. Sobre a opção de moradia, a Cohab informou que os manifestantes devem procurar a Secretaria de Habitação Municipal para realizarem cadastro, que será repassado posteriormente ao Estado.

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