Moradores de Mosqueiro protestaram, por quase três horas, por falta de ônibus em São Brás

Moradores da Ilha de Mosqueiro realizaram um protesto, por quase três horas, na noite desta sexta-feira (12) na Avenida Almirante Barroso, esquina com a Travessa Cipriano Santos, no bairro de São Brás, em Belém. Eles reclamavam da ausência dos ônibus que fazem linha até a Ilha. Eles atearam fogo em pedaços de mandeira e utilizaram pedaços de concreto e cones para bloquear a Avenida.

Dezenas de homens, mulheres e crianças aguardavam há horas no local. De acordo com uma fonte, que preferiu não ser identificada, motoristas de vans e do transporte clandestino têm cobrado entre R$30 e R$40 por pessoas para ir até Mosqueiro. 

Na quinta-feira (11), rodoviários da empresa em questão fizeram uma paralisação alegando não receber salários há dois meses, 200 profissionais da empresa - operadora das linhas Santa Bárbara-São Brás e Mosqueiro-São Brás - interditaram a rodovia PA-391, mais conhecida como "estrada de Mosqueiro". 

Além da falta de pagamento, os rodoviários dizem que foram informados, após sucessivas cobranças, de que a empresa declararia falência. Já haveria até acordo pronto para os trabalhadores assinarem, com indenizações de R$ 5 mil para motoristas e R$ 3 mil para cobradores - independente do tempo de serviço. A Transcap tem uma frota de 40 veículos, informam os rodoviários. São 28 para Mosqueiro e 12 para Santa Bárbara. 

Em nota, a Prefeitura de Belém informou que, no final da tarde desta sexta-feira, 12, a empresa Transcap parou novamente de operar a linha urbana Belém-Mosqueiro. Conforme anunciado, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (SeMOB) vem operando desde a manhã de forma emergencial com 10 ônibus extras vindos de outras empresas, mas como esses ônibus eram previstos para o reforço operacional de veraneio para se somar aos 22 da empresa, a demora no intervalo de viagem tem sido maior. 

No início da noite saiu de São Brás um ônibus às 18h30 rumo a Mosqueiro. De Mosqueiro os ônibus do início da noite saíram, respectivamente às 19h20, 19h30 e 19h40. No momento do protesto, os demais se encontravam em um dos dois sentidos do trajeto.

Diante do grande transtorno que as sucessivas paralisações ocorridas desde a madrugada de quinta-feira, 11, vêm causando à operação do sistema, deixando grande parte da população desassistida, a Prefeitura de Belém notificou nesta tarde, a empresa a “sanar imediatamente as irregularidades denunciadas, no sentido de normalizar a prestação do serviço e, no prazo de 48 horas, prestar esclarecimento sobre os fatos”, sob pena de “instauração do respectivo processo administrativo disciplinar para apuração das infrações contidas no Código Disciplinar do Serviço de Transporte Coletivo por Ônibus do Município de Belém, no sentido de serem aplicadas as sanções previstas nas normas regulamentares”. Estas sanções podem ir de multas à cassação da linha.