Moradores de Belém reclamam dos perigos de conviver com buracos nas ruas

Riscos de acidentes e prejuízos materiais estão entre as consequências do problema

Camila Guimarães
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Em Belém, buracos na rua fazem parte da paisagem em diferentes bairros, tanto no centro como nas periferias. Moradores reclamam do perigo que eles representam para pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas, além da falta de providências por parte do poder público, que muitas vezes não dá satisfação aos moradores sobre quando o problema pode ser solucionado.

O técnico em informática Esmael Alves mora há 39 anos na rua dos Tamoios, no bairro do Jurunas, em Belém, e diz que o problema dos buracos na pista é recorrente. Ele conta que já chegou a fazer imagens das crateras e publicar nas redes sociais, marcando a prefeitura da cidade, mas que, até então, nenhuma equipe foi ao local avaliar a situação.

“Esse buraco aqui, eu publiquei no twitter e marquei a prefeitura, mas até agora ninguém veio. A gente fica preocupado. O meu filho quer andar de bicicleta e tem que ser só na calçada, por causa do risco de cair no buraco. Um dia desses um motorista ficou com a roda presa aí. Precisou de três pessoas para carregar o carro e tirar a roda do buraco”, relata.

Além disso, Esmael conta que também enfrenta o problema também como motorista e já amargou prejuízos por causa da má qualidade das ruas: “Eu já fiquei com roda empenada várias vezes. Tem um buraco na Benjamin Constant, entre a Brás de Aguiar e a Avenida Nazaré. Só lá eu já caí umas três vezes e tive prejuízos no carro”.

Ainda na rua dos Tamoios, em um perímetro próximo a duas escolas, uma particular e outra da rede pública, moradores comentam que o risco de acidentes fica ainda maior durante o período de aulas, pois o fluxo de pedestres e motoristas é muito mais intenso. Luiz Mamede, comerciante há 10 anos na área, diz que tenta sinalizar os buracos para evitar que acidentes aconteçam:

“A gente bota a sinalização, mas às vezes os carros não enxergam e ainda caem. E olha que nem é inverno. No inverno, quando chove, aí que não dá para ver mesmo. É perigoso principalmente para motociclista. Já os carros, é porque eles têm que desviar e são obrigados a passar para a outra faixa, é mais perigoso ainda”.

image Moradores tentam tapar buraco com caroços de açaí na rua Antônio Everdosa, na Pedreira. (Cristino Martins / O Liberal)

No cruzamento da travessa Perebebuí com a rua Antônio Everdosa, bairro da Pedreira, um buraco também cria confusão no trânsito bem no meio da pista que vai em direção ao bairro da Sacramenta. No local, moradores tentaram diminuir o problema tapando o buraco com caroços de açaí:

Esse buraco está desde o início do ano aí. E ele aumenta cada vez mais. O pessoal da prefeitura só faz passar, mas ninguém faz nada. A gente vê acidentes o tempo todo. Um acidente já chegou a derrubar um poste uma vez”, relatou um comerciante da área que preferiu não se identificar.

“Quando alguém aparece para tapar o buraco, é sempre uma camada de asfalto fina, que logo volta a abrir. Não dura muito. É sempre assim: passa um mês, dois meses, já está o buraco de novo”, acrescenta o morador Elisandro Ribeiro, que vive há 37 no local.

image Nas ruas estreitas da Cidade Velha, desviar dos buracos é um risco a mais no trânsito. (Cristino Martins / O Liberal)

Não são apenas bairros considerados de periferia que enfrentam problemas com buracos. Em pleno centro histórico, o problema nas vias é o mesmo. A aposentada Cantídia Cunha, de 85 anos, mora há 30 no bairro da Cidade Velha e relata a situação das ruas Cametá e travessa Capitão Pedro Albuquerque:

“Tudo nessa Cidade Velha é buraco! É uma coisa horrível: a minha Cidade Velha está desprezada! Cheia de buraco e de sujeira que a gente não pode mais nem andar na rua, ainda mais eu, com 85 anos, risco de cair e me machucar… A gente quer uma solução”, desabafa.

Prefeitura de Belém

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), informou, que devido o rigoroso inverno, com quase dois anos ininterruptos de chuvas, o nível de fuga de material provocou a abertura de constantes buracos.

A partir disso, segundo a Sesan, as demandas cresceram - o que fez com que as equipe de recuperação asfáltica fossem ampliadas de seis para dez. "Elas trabalham diariamente fazendo o serviço de acordo com o planejamento da Secretaria. Além disso, a Sesan mantém uma equipe exclusivamente para as atender às demandas urgentes que aparecem em vias de grande fluxo.", disse a nota.

"Vale ressaltar que a Sesan tem contato direto com a população, por meio das redes sociais do órgão. Nelas, a Secretaria recebe dos usuários  informações e localização de pontos que necessitam de recuperação asfáltica", acrescentou a Sesan.

Semanalmente, a planilha, com essas demandas vindas das redes, é atualizada e encaminhada para o departamento responsável, que inclui no cronograma de serviços da Secretaria, respeitando as demandas já existentes e o nível de prioridade, conforme pontuou a nota.

"A Sesan informa, ainda, que, eventualmente, antes da equipe de serviço chegar, a população coloca algum tipo de sinalização. Vale ressaltar que, além dessa manutenção diária e recorrente, a Prefeitura já recapeou, na atual gestão, mais de 100 vias na periferia e distritos, incluindo mais de 8km de orla em Mosqueiro", crisou.

Atualmente, a Sesan disse que está drenando e recapeamento corredores de grande fluxo como a Senador Lemos, Dr. Freitas, Pe. Eutíquio, Celso Malcher, José Bonifácio, Mundurucus e outras. 

"A Sesan já entregou para a população completamente revitalizadas vias que sofriam de alagamentos históricos, como as passagens Camapu e Helena Dias, no Jurunas; a Samaumeira, na Terra Firme; a 5ª linha, no Tenoné", completou.

"A Secretaria está em execução com obras também de drenagem e pavimentação na avenida Franklin de Menezes, em Outeiro, e na travessa de Breves, no Jurunas. A Secretaria informa, ainda, que agora em agosto, a partir do dia primeiro, como já estava programado no cronograma do órgão, vai intensificar as ações no bairros da Cidade Velha e do Jurunas", finalizou a nota.

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