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Moradores da Terra Firme protestam contra morte de três vizinhos

De acordo com testemunhas, Carlos Henrique (20), Wesley Ribeiro (19) e Marcos Vinicius (22) foram executados durante ação da Polícia Militar

João Thiago Dias

Três mortes de moradores do bairro da Terra Firme, segundo testemunhas durante ação de policiais militares, motivaram um protesto, nesta tarde de quarta-feira (01), na avenida Celso Malcher, esquina com a passagem Vilhena, no bairro. Parentes e vizinhos dos três homens mortos fecharam a pista, por volta das 14h, queimando pneus e madeira e gritando por "justiça!".

Assista:

As testemunhas relataram que Carlos Henrique (20) conhecido como "Apito", foi o primeiro que morreu, na terça-feira (30), por volta das 11h, logo após receber cerca de quatro disparos, próximo da residência em que morava, na passagem Rodrigues.

image (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

Nesta quarta, também por volta das 11h, na passagem Orquídea, os alvos foram Wesley Ribeiro (19), que também teria recebido quatro tiros, próximo de um comércio; e Marcos Vinicius (22), que teria sido atingido por cinco tiros, dentro da casa dele.

De acordo com a prima de Marcos Vinicius, Hellen Miranda, a ação teve característica de execução, já que os policiais teriam chegado aos locais com os nomes marcados. Ela diz que não houve troca de tiros e os policiais teriam usado luvas de borracha que ficaram caídas na passagem Orquídea com marcas de sangue. 

"Nenhuma das vítimas estava armada. E PMs fardados. Toda vez tem essas revistas no bairro, mas, dessa vez, deram um soco no Carlos Henrique, ele caiu, e já deram os tiros até matar. Já o Wesley tava na taberna. Policiais mandaram o dono do estabelecimento se afastar e atiraram", relatou Hellen.

"E o meu primo estava com a filha de onze meses no colo no segundo andar. Mandaram ele descer e mataram", detalhou. "Garanto que os três não vendiam droga. Eles eram usuários de droga e tinham passagem pela polícia, mas não estavam cometendo nenhum crime".

"Os PMs prometeram voltar para executar mais jovens. Eles têm até nome e foto, é um menino e uma menina que eles querem executar. Por isso decidimos fazer o protesto e cobrar justiça", acrescentou Hellen.

image (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

A reivindição foi encerrada por volta das 15h30 com a chegada de agentes da Rotam. Já o fogo foi contido com a ação do Corpo de Bombeiros. Segundo o tenente da Rotam, Luis Paulo Ferreira, não foi necessário o uso de nenhuma arma. 

"Temos o equipamento necessário e o treinamento para atuar nesse tipo de distúrbio, no caso obstrução de via. A população tem o direito de manifestar, mas a cidade não pode parar por isso. Não foi preciso a gente usar nenhum tipo de material ou armamento. A via foi desobstruída só com a verbalização", esclareceu.

Em nota, a Polícia Militar informou que policias do 20° Batalhão de Polícia Militar, área de circunscrição do Comando de Policiamento da Capital I (CPC I), realizaram na manhã desta terça-feira (30) a prisão de um traficante e a apreensão de uma arma de fogo, após perseguição policial, no bairro da Terra Firme, em Belém.

As equipes da Polícia Militar realizavam uma operação de combate ao tráfico de drogas no bairro, no momento em que entraram na passagem Orquídea, com passagem Rodrigues, e observaram a tentativa de fuga de dois homens. Um deles, identificado como Márcio Ewerly Ribeiro de Souza, foi alcançado pelos militares quando tentava se desfazer de quarenta e sete papelotes de 'óxi' de cocaína (crack oxidado). 

O outro suspeito, Carlos Henrique Monteiro da Silva, vulgo 'Cara de Apito', correu pela passagem Rodrigues e sacou um revólver, calibre 32, e tentou atirar contra os policiais. Ele foi baleado, levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Terra Firme, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O caso foi registrado na UIPP da Terra Firme, para a realização dos procedimentos administrativos de competência da Polícia Civil do Estado.

Segundo informações da polícia, Carlos Henrique da Silva era conhecido pelas alcunhas de ‘Cara de Apito’ ou ‘Sabotagem’ e estava envolvido na morte do sargento Viana, ocorrido em dezembro de 2018, no município de Vigia.

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