Medicamentos do 'kit intubação' estão quase no fim em Belém, alerta sindicato

Alguns hospitais privados estavam com estoque apenas para os próximos quatro dias de atendimento

João Thiago Dias

Estão quase no fim, em hospitais particulares de Belém, os estoques de medicamentos utilizados nos procedimentos de intubação de pacientes com covid-19. Na sexta-feira (26), o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Pará (Sindesspa) divulgou uma nota alertando as autoridades e órgãos de saúde para a possível falta desses fármacos do chamado "kit intubação". Na ocasião, alguns hospitais privados estavam com estoque apenas para os próximos quatro dias de atendimento.

Na segunda-feira (29), o presidente do Sindesspa, Breno Monteiro, disse à reportagem de OLIBERAL.COM que a preocupação ainda era com a possibilidade de desabastecimento de medicamentos como anestésicos, sedativos e relaxantes musculares. "Nas unidades privadas não é falta. Tem baixa de estoque. Risco de desabastecimento", explicou.

"Fizemos uma reunião com os associados na sexta, para fazer junto com o grupo de São Paulo compras internacionais. Tentar buscar fora do país, para não depender do estoque do Brasil por conta da alta demanda", detalhou Breno Monteiro.

Segundo o Sindesspa, o risco de desabastecimento se deve às requisições administrativas de medicamentos feitas pelo Ministério da Saúde para atender as unidades públicas, fazendo com que as fábricas não tivessem produtos suficientes para atender a rede privada. "Com isso, apelamos para o poder público intermediar uma solução, pois os estoques estão acabando", informou, na nota da sexta-feira.

O Hospital Beneficente Portuguesa, em Belém, informou que, com a intervenção do Ministério Público Federal, o Ministério da Saúde enviou, no último final de semana, uma carga de medicamentos para o estado do Pará e o hospital recebeu um quantitativo de sedativos. Porém, não foi contemplado o principal medicamento para se proceder à intubação de pacientes, que são os bloqueadores neuromusculares.

"Nesse sentido, houve um novo contato com o Ministério Público Federal no Pará de forma a intervir junto ao Ministério da Saúde, buscando solucionar essa situação. Na oportunidade, destacamos que a Beneficente Portuguesa aguarda a nova remessa destes remédios e insumos. Reforçamos, ainda, que até o momento estes medicamentos não faltaram na assistência aos pacientes”, destacou, em nota, na segunda-feira.

Rede estadual de saúde

Familiares de um paciente que estava internado no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, em Belém, denunciaram à redação que estaria faltando sedativo no "kit intubação" do hospital. Eles pediram sigilo nos respectivos nomes. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) negou o desabastecimento.

"A rede estadual dispõe de medicamentos para a intubação com capacidade para atender o consumo dos hospitais até o momento. Os hospitais estaduais que realizam essa compra direta, não relatam falta de itens e o Estado tem conseguido realizar novas compras e concretizar o recebimento desses medicamentos em apoio às unidades", disse a Sespa.

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