Mapa geológico de Belém chega às Ilhas

A partir de um trabalho conjunto da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM) e Comissão de Defesa Civil de Belém, é realizado o levantamento inédito de áreas de risco geológico, incluindo inundações e alagamentos, no município de Belém -- pela primeira vez nas ilhas. O estudo deverá ser concluído em setembro. Ainda nesta sexta-feira (25), o levantamento de áreas de erosão na ilha do Combu foi encerrado, esses dados levantados em dois dias de trabalho integrarão o mapa de prevenção de desastres. Nesta sexta, também prosseguiu a pesquisa com esse foco em Icoaraci.

Na próxima segunda-feira (28), a Defesa Civil e a CPRM iniciarão o levantamento na região da Ilha Grande. Nas ilhas, o mapeamento é feito com o apoio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup).

Icoaraci

O mapeamento de áreas com risco de alagamento e enchentes em Icoaraci continuou nesta sexta, após ter sido iniciado na quarta-feira (23). Essa pesquisa deverá ser encerrada nesta terça-feira (29). Técnicos da Agência Distrital de Icoaraci (Adic) e da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem) também acompanharam as equipes da CPRM e Defesa Civil de Belém.

O gerente de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM, Homero Melo Júnior, adiantou que no levantamento feito em 2016 Icoaraci registrava três áreas de grandes dimensões de alagamentos na região da Bacia do rio Paracuri. "Agora, deveremos encontrar novas áreas com esse perfil, por causa do aumento da população morando nesse tipo de perímetro urbano", destacou.

Referência

O mapa das áreas de risco geológico serve como referência para gestões públicos atuarem na busca de investimentos e elaboração de projetos para dar uma resposta com obras estruturais às situações que afetam tanto a vida dos cidadãos quanto a economia dos municípios. Desde 2012, a CPRM atua na confecção dese tipo de documento, já tendo sido mapeados 75 dos 144 municípios paraenses. Em 2021, a Companhia trabalhará nos mapas de sete municípios, entre os quais Belém, São João da Ponta e Terra alta.

Em Belém, o levantamento de dados vem sendo feito desde fevereiro e, após ter sido impactado pela pandemia da covid-19, foi retomado em maio, para atualização dos dados. A sequência dos serviços na capital do Pará abrange os anos de 2012, 2016 e 2021. "Agora, estamos revisitando áreas antigas e visitando áreas novas, e com a parceria da Defesa Civil de Belém vamos poder visitar (trabalho inédito) a Ilha do Combu, Cotijuba e ilha menores", ressaltou Homero Melo. Além dos distritos, Belém tem 39 ilhas.

Em Mosqueiro, Outeiro e Cotijuba há situações de erosão. Já em Icoaraci, é verificada mais a questão de alagamentos, até porque Belém está abaixo da linha do mar. O mapa das áreas de risco abrange a zona urbana, dada a concentração de habitantes.

Integração

Como destaca a presidente da Comissão de Defesa Civil de Belém, Christiane Ferreira, "por ser um trabalho extenso, estamos realizando o mapeamento do distrito concomitantemente ao da ilha do Combu". Priorizamos Icoaraci considerando que o nosso maior desastre este ano foi a enchente e alagamento que atingiu cerca de 200 famílias residentes no distrito", acrescentou.

Lucas Branches, cientista ambiental da Agência Distrital de Icoaraci, observou que "a partir deste levantamento os projetos para área serão mais eficazes e trarão maiores benefícios para os moradores desta região".