Manhã festiva e de partilha marcou os 52 anos de fundação do Movimento República de Emaús

Fundador do movimento, padre Bruno contribuiu para a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente

Dilson Pimentel
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Uma manhã festiva e de partilha marcou os 52 anos de fundação do Movimento República de Emaús, comemorados nesta quarta-feira (12). O espaço foi fundado pelo padre Bruno Sechi (1939 - 2020).

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A programação de comemoração do aniversário, na sede do movimento, no Bengui, em Belém, contou com lanche partilhado, apresentações de teatro e reflexão. Cleice Maciel, coordenadora executiva do movimento, falou sobre a programação. “Hoje é um dia de chamar as crianças, a comunidade, as famílias que são atendidas no movimento para celebrar os 52 anos de um trabalho de muita gente", contou.

Segundo ela, "o movimento é um trabalho de muitos voluntários, junto ao nosso fundador, padre Bruno, que está sempre presente, hoje não mais em vida, mas na essência do movimento".

A manhã desta quarta-feira foi um momento de partilhar a arte produzida pelos meninos, as atividades desenvolvidas pelas crianças e adolescentes, assim como o alimento. "O alimento é um dos princípios do movimento. O direito à alimentação saudável para criança e adolescente como direito humano", afirmou.

image Cleice Maciel, coordenadora executiva do movimento: “Hoje é um dia de chamar as crianças, a comunidade, as famílias que são atendidas no movimento para celebrar os 52 anos de um trabalho de muita gente" (Ivan Duarte/O Liberal)

Movimento iniciou trabalho antes de existir o Estatuto da Criança e do Adolescente 

Foi, também, um momento de partilha e de troca de saberes, momento em que os meninos e meninas mostraram para os pais o que eles estão produzindo. Cleice Maciel disse que o movimento iniciou um trabalho antes de existir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado em julho de 1990.

"Um trabalho que prevê as crianças tendo mais dignidade, um trabalho que também luta pelos direitos da família, das mulheres que sofrem violência. Ele vai ser um marco não só para Belém, mas para o próprio Brasil, no sentido da articulação nacional com outros estados, a partir do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua", afirmou.

Esse movimento nacional trouxe para a discussão direitos de crianças e adolescentes e pautou que o Brasil precisava ter leis. "Justamente foi o movimento nacional que culminou na criação do ECA. O movimento participou dessa luta nacional e o padre Bruno teve uma grande articulação nacional para a criação do ECA", afirmou.

image Wagner Roberto, 51 anos, é professor de educação física em Emaús. “Fui atendido como garoto do Ver-o-Peso, onde trabalhava vendendo sacos, e hoje estou como educador. Hoje estou tentando dar um pouquinho daquilo que me deram como criança" (Ivan Duarte/O Liberal)

 

O garoto que vendia sacos no Ver-o-Peso hoje é professor em Emaús

Wagner Roberto, 51 anos, é professor de educação física em Emaús. “Fui atendido como garoto do Ver-o-Peso, onde trabalhava vendendo sacos, e hoje estou como educador. Hoje estou tentando dar um pouquinho daquilo que me deram como criança. Fico muito grato em retribuir tudo aquilo que me deram um dia: carinho, amor, sensibilidade e cuidado com o outro. Cuidado com as crianças e as adolescentes”, disse ele, que é conhecido como Beto.

Geane Gonçalves tem 17 anos e desde os 14 é atendida pelo movimento. “O Emaús foi a minha base. Em tudo. Eu sempre gosto de dizer que não reconheço a pessoa que eu fui ao entrar aqui. Hoje sinto que sou uma pessoa com maior conhecimento, sinto que o Emaús expande a mente das pessoas”, disse. “Eu aprendi sobre o ECA. Se não fosse o Emaús, muita coisa hoje eu não poderia reivindicar por não ter esse conhecimento”, disse.

O movimento atende diariamente cerca de 650 crianças e adolescentes. O local é uma oportunidade para quem mora aos arredores do bairro do Bengui, funcionando desde a década de 1970. A ideia inicial do projeto era retirar da rua os menores de idade que sobreviviam por meio da venda ambulante de produtos. A Cidade de Emaús foi, então, criada em 1980, em Belém. 

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