Jacaré resgatado em Val-de-Cans teve ponta da cauda cortada
Animal está bem e se recupera bem sob cuidados de especialistas; logo voltará à natureza

Um jacaré-coroa ou Paleosuchus trigonatus, como é conhecido cientificamente, com menos de cinco anos de vida, foi encontrado com a ponta da cauda cortada, em Belém.
O animal foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros Militar no conjunto Bela Vista, no bairro de Val-de-Cans, e foi levado para o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), no bairro do Curió-Utinga, por volta das 17 horas dessa quarta-feira (13).
De acordo com especialistas do BPA, o jacaré terá de volta a vida silvestre e pode ser levado ainda nesta semana para o Refúgio da Vida Silvestre, em Marituba, Região Metropolitana de Belém, quando estiver recuperado do corte.
"Depois do resgate, o Corpo de Bombeiros nos entregou o jacaré-coroa e verificamos que faltava a pontinha da cauda do animal", explicou a cabo Andréa Oliveira, veterinária do BPA, que cuida do animal junto com a soldado Ana Moraes. "Provavelmente foi algum trauma que ele sofreu e, ao que tudo indica, como o corte foi completo, o jacaré-coroa pode ter sido vítima de uma ação humana e não perdeu a pontinha da cauda brigando com outro animal. Como foi só a pontinha ele não será prejudicado. Porém, se fosse mais no meio da cauda, isso o prejudicaria já que usa a cauda para nadar."
Ainda segundo a veterinária, o jacaré-coroa passou por avaliação e está bem. "Só fazemos curativos e medicação local. Assim que a cauda estiver recuperada e cicatrizada, vamos fazer a soltura do animal na natureza, em lugar que tenha rio. Provavelmente, será ainda nesta semana", disse.
O jacaré-coroa é um jacaré da Amazônia, encontrado em pequenos riachos no interior da floresta. A espécie mede cerca de 1,5 metro de comprimento, focinho comprido e estreito e cauda relativamente curta. Também é conhecido pelos nomes de curulana e jacaré-curuá.
VIDA SILVESTRE
O Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA), em Belém, recebe cerca de 119 animais por mês, com destaque para as cobras, os jacarés, as preguiças, as corujas e as garças.
"A maioria que chega aqui são animais de vida livre, que, por algum motivo, foram encontrados na cidade", esclareceu a cabo Andréa Oliveira. "A gente cuida e faz a soltura dos que estão saudáveis. Os que não estão saudáveis são encaminhados para Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), a fim de que encaminhe os animais para algum local em que fiquem mais tempo."
Se a pessoa se deparar com algum animal de vida livre, pode ligar para o telefone 190 e uma viatura vai fazer o resgate do animal para depois fazer a soltura.
Caso a pessoa esteja criando o animal, pode procurar por um órgão ambiental, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade ou Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para realização de procedimento de destinação do animal.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA