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Intersexo: especialistas explicam o diagnóstico da influencer Karen Bachini

A influenciadora digital revelou ser uma pessoa intersexo em vídeo compartilhado no YouTube na última terça-feira (21) e gerou duvidas nas redes sociais sobre o que seria essa condição

Gabriel Pires
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A influenciadora digital e youtuber Karen Bachini, de 32 anos, revelou ser uma pessoa intersexo em vídeo compartilhado no YouTube na última terça-feira (21). A declaração da influencer gerou debates nas redes sociais, com diversos internautas se questionando sobre o que seria essa condição, que a maquiadora foi diagnosticada aos 18 anos, como detalhou no vídeo. Especialistas explicam que uma pessoa intersexo é aquela que tem características sexuais congênitas e que não se ajustam nas normas médicas e sociais de corpos masculinos ou femininos.

A ginecologista Mary Valente, de Belém explica que, antigamente, as pessoas intersexo eram chamadas de hermafrodita. No entanto, o termo ficou em desuso por ser pejorativo. “Ela [a pessoa intersexo] pode ter a genitalia externa ambígua. Ou seja, naquele momento do parto eu não consigo identificar se ela é masculina ou feminina. Ou ela pode ter a genitália externa identificada como masculina e feminina, porém com os seus órgãos internos, as suas gônadas, os seus órgãos produtores de hormônios não funcionantes ou de atuando de forma rudimentar”, explicou Mary.

O intersexo é causado desde questões genéticas até mesmo por outras condições durante a gravidez da mãe da criança. “[A causa] Pode ser desde alterações genéticas no início da embriogênese, naquele momento em que o bebezinho está no início da sua formação. Seja por uma condição genética. Ou em decorrência do uso de algumas medicações em que a mãe possa ter feito o consumo durante a gravidez de forma inadequada no momento em que ela não sabia que estava grávida”, frisou a médica.

Causas

O endocrinologista Rubens Tofolo, de Belém, explica que o diagnóstico de uma pessoa intersexo é feito após o nascimento da pessoa por meio do estudo do cariótipo (representação dos cromossomos presentes nas células). O médico lembra que nem todos os casos são evidentes e que o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de imagens, além da física. O teste do pezinho também é capaz de identificar essa condição, pois pode diagnosticar uma doença chamada hiperplasia adrenal congênita, que leva a ambiguidade sexual.

“O sexo biológico do bebê é definido no momento da concepção. O espermatozoide, ao fecundar o óvulo, carrega um cromossômica X ou Y (o óvulo sempre contém o cromossomo X). Se na fecundação o par do cromossomo 23 for X, será menina. Se for XY, será um menino. A intersexualidade é causada por configurações cromossômicas e exposição ou deficiência de hormônios sexuais durante o período gestacional sem uma causa muito bem definida. E isso influencia diretamente na genitália do bebê”, afirmou Rubens.

Tratamento

Essa condição pode ser identificada e tratada na infância ou ao longo de outras fases da vida. “É importante a procura por profissionais diante da suspeita ou quando há a sugestão logo ao nascimento pelo pediatra (neonatologista) que assistiu o bebê na sala de parto ou na puberdade na ausência do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundárias ou ausência da 1ª menstruação, pois essa condição pode gerar um impacto negativo nessas pessoas, desde o âmbito pessoal, psicológico, não sabendo se identificar como indivíduo, além de relacionamento interpessoais”, frisou Mary.

Entre as intervenções médicas, o paciente deve se submeter a acompanhamento com equipe multidisciplinar, de acordo com a ginecologista. “Com psicólogo, já que há casos em que a pessoa inicialmente foi condicionada, por exemplo, ao comportamento do gênero feminino, porém o estudo genético diagnosticou como masculino; ginecologista e endocrinologista, para dar continuidade ao tratamento com a hormonoterapia; e, em alguns casos, com a cirurgia, pois há situações em que há necessidade de tratamento cirúrgico quando estivermos diante de caso onde as gônadas (órgãos produtores de hormônios sexuais e de células reprodutivas) estão atuando de forma atípica ou em localização inadequada. E essas condições podem levar ao desenvolvimento de tumores malignos”, pontuou Mary.

Entenda o que é uma pessoa intersexo em 3 pontos

  • Pessoas com características sexuais congênitas e que não se ajustam nas normas médicas e sociais de corpos masculinos ou femininos
  • Indivíduos com a genitália externa ambígua
  • Podem genitália externa identificada como masculina e feminina, porém com os seus órgãos internos não funcionais

Fonte: Rubens Tofolo (endocrinologista) e Mary Valente (ginecologista)

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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