Intercom gera debate sobre comunicação e democracia

Abertura do evento com 2.600 participantes ocorreu nesta quarta (4)

Eduardo Rocha

A quantidade de informações que circula diariamente pelo mundo por meio das redes sociais e jornais impressos e outros suportes é tão elevada que, em muitos casos, não é absorvida pelos cidadãos e instituições envolvidas no processo. São muitas vozes falando, mas muito poucas sendo ouvidas,  o que coloca em risco a própria democracia, ou seja, retira-se a possibilidade de discussão e de pensar aspectos estruturais da sociedade. Para discutir esse e outros aspectos estruturais do processo da comunicação, Belém recebe pela primeira vez o Congresso Brasileiro  de Ciências da Comunicação (Intercom), cuja programação, iniciada no dia 2 deste mês e que se estenderá até este sábado (7), foi aberta oficialmente nesta quarta-feira (4), no Centro de Convenções Benedito Nunes, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A abertura contou com a visita da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré, na saudação aos participantes do evento.

O evento é promovido pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares de Comunicação (Intercom)

A abertura da programação reuniu o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho; o presidente da Intercom, Gilvandro Ferreira; a coordenadora do evento, Maria Ataída Malcher; o diretor do Núcleo de Inovação e Tecnologias Aplicadas de Ensino da UFPA, José Miguel Veloso; o diretor regional Norte da Intercom, Sandro Colferai, e outras autoridades, pesquisadores e estudantes. São 2.600 participantes inscritos no evento.

Para Sandro Colferai, professor do curso de Jornalismo na Universidade Federal de Rondônia, a realização do evento, pela terceira vez (as duas anteriores foram em Manaus-AM), é fundamental para os pesquisadores sobre a comunicação na Amazônia, "porque a gente consegue colocar as realidades em pauta, em um evento que reúne os principais pesquisadores, pensadores da comunicação do Brasil, alguns da América Latina e alguns bem relevantes da Europa". 

Sobre o tema central do evento -- "Fluxos comunicacionais e crise da democracia" -- , o professor Colferai destacou que se pensa em uma democracia que se alicerça apenas no voto, mas uma democracia com liberdade de pensamento, espaços onde é possível discutir criticamente o pensamento, um espaço aberto com muitas vozes. "Quando se fala em crise,  a gente está vivendo um momento paradoxal. É tanta gente falando por tantos canais diferentes que, ao final das contas, tem pouca gente ouvindo. E quando tem pouca gente ouvindo, você não tem discussões estabelecidas, de fato, e isso leva a uma crise da democracia", observou. 

Essa quantidade elevada de vozes somente é proporcionada pela  multiplicação dos aparatos comunicações, alterando os fluxos. O cidadão deve se preparar para saber quais os processos comunicacionais em ação para poder atuar nesse ambiente.

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Belém
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