Hora do Planeta: campanha incentiva ações frente aos desafios socioambientais da atualidade

A noite deste sábado (25) será marcada pelo ato simbólico ambiental conhecido como “Hora do Planeta” —  organizado pelo World Wildlife Fund (WWF) —  em que todas as pessoas são convidados a desligar as luzes por uma hora (exatamente às 20h30), como gesto de conscientização contra o aquecimento global. O objetivo é chamar a atenção dos indivíduos, empresas e do poder público acerca dos desafios socioambientais da atualidade. Em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, a analista de engajamento do WWF-Brasil, Giselli Cavalcanti, comentou sobre os impactos positivos de campanhas como a “Hora do Planeta”, frisou sobre as medidas ambientalmente eficazes e sobre o papel da população enquanto protagonistas das mudanças ambientais.

Qual o impacto e a importância de campanhas como a “Hora do Planeta” para a sustentabilidade mundial?

Campanhas como a hora do planeta têm uma importância muito grande para o cenário de sustentabilidade global porque, muito mais do que ser um movimento que determina o que as pessoas e coletivos precisam fazer para cuidar do meio ambiente, é uma campanha de engajamento, que convoca as pessoas para se engajarem sobre os maiores desafios socioambientais da atualidade. Ela faz essa convocação para ação de uma forma que, qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, possa fazer parte desse movimento. Pessoas, indivíduos, organizações, escolas e empresas podem fazer para ser parte desse movimento pela conscientização ambiental. 

Quais outras medidas também são ambientalmente eficazes para o momento em que estamos vivendo?

Quando a gente fala de medidas e cuidado com nosso ambiente a gente pode falar desde questões de uma escala enquanto indivíduo, enquanto pessoas. A gente olha para as possibilidades que as pessoas podem ter com cuidado ambiental e que elas têm à disposição de ter uma rotina que seja mais condizente com o bem-estar do meio ambiente. Essa é uma escala a nível micro, mas existe também dentro desse leque de possibilidades outras, que vão muito mais para uma escala política e coletiva, incluindo questões de nível nacional, de projetos de lei, de acordos e de políticas. Mas, também, especialmente aqueles acordos que ocorrem a nível internacional como os espaços de tomada de decisão da ONU.

A população mais simples precisa se sentir culpada se não conseguir acompanhar todos os hábitos mais ambientalmente corretos, visto que grandes corporações não fazem a mesma coisa e causam grandes impactos?

Nenhuma parcela da população precisa se sentir culpada, nem deve. Campanhas e movimentos como “Hora do Planeta” vão exatamente no sentido oposto a esse: jamais jogar a culpa em indivíduos e escolhas individuais, porque a gente entende que os maiores desafios que a gente tem hoje em dia, como a crise climática, por exemplo, não são frutos de comportamentos individuais. 

Nos últimos tempos, quais ações humanas mais têm causado impactos ao meio ambiente?

Isso varia muito de acordo com o contexto a nível local, a nível regional, a nível de país.O Brasil, por exemplo, a maior parte das ações vão estar relacionadas ao uso da terra, seja desmatamento, seja de grilagem, seja invasão de terras. Esse conjunto de como que o Brasil usa as terras no cenário nacional é o que mais tem impactado. Especialmente se a gente olha os índices de emissão de gases de efeito estufa, uma porcentagem significativa está relacionada ao desmatamento

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)