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Diariamente, aterro de Marituba acolhe menos lixo que antigo Aurá

Aurá, fechado em 2014, recebia 1.800 toneladas ao dia. Marituba acolhe 1.300 toneladas

Lázaro Magalhães e Cleide Magalhães
fonte

O Aterro de Marituba acolhe atualmente cerca de 40 mil toneladas de lixo por mês, apontam dados divulgados essa semana pela empresa Guamá Tratamento de Resíduos, que anunciou a vontade de deixar a gestão da área. Curiosamente, o aterro que recebe toda a demanda de resíduos sólidos da Grande Belém, incluindo Belém, Ananindeua e Marituba, abriga hoje um volume menor de resíduos que a demanda estimada do antigo lixão do Aurá, fechado em 2014, em Ananideua.

Segundo os números da Guamá Tratamento de Resíduos, o aterro de Marituba só comportaria mais 240 mil toneladas de lixo, até ter sua capacidade exaurida em maio de 2019, segundo aponta a empresa.

Em 2014, quando Belém somava 600 pontos de descartes mapeados como irregulares pela Prefeitura Municipal de Belém, o Lixão do Aurá foi desativado após atingir um volume de 1.800 toneladas de resíduos por dia, oriundos de toda a área metropolitana - segundo dados apontados pela assinatura do Termo de Ajuste de Conduta, que envolveu municípios e Ministério Público do Estado, na época.

VOLUMES 

Atualmente, quando 500 pontos de descarte irregular de lixo e entulho ainda se mantém na capital, 1.300 toneladas de resíduos diárias são recolhidas nos municípios de Belém, Ananindeua e Marituba, com destino ao Aterro Sanitário de Marituba. São 500 toneladas a menos que recebia o antigo lixão do Aurá. 

Desse total, só Belém responde por 73% da demanda de resíduos abrigados hoje, a cada mês, em Marituba. Mil toneladas de lixo são recolhidas apenas pela capital, todos os dias. Em segundo lugar nesse ranking do aterro de Marituba estão os resíduos de Ananindeua (18%).

Outra curiosidade que cerca os números do imbróglio do lixo na Grande Belém é o acolhimento de resíduos privados gerados hoje pela área metropolitana. Esses detritos atualmente somam uma demanda mais representativa, em termos de volume (5%), que a própria geração de resíduos de toda a população do município de Marituba (que soma apenas 4% da demanda do aterro situado no próprio município).

"Belém, o município que é mais significativo para essa demanda do lixo na Grande Belém,  não tem investimentos em infraestrutura e sequer se faz o básico, como coleta de lixo, limpeza e drenagem de canais. Belém não segue apenas como uma cidade abandonada, mas como uma metrópole sem perspectiva, a curto prazo. A coleta de lixo é precária", avaliou a vereadora Marinor Brito (PSol), em entrevista cedida em junho à redação integrada de o O Liberal.

DEMANDAS

Eleita deputada estadual em outubro passado, Marinor fez parte da comissão criada na Câmara de Vereadores de Belém para acompanhar denúncias e apurar irregularidades licitatórias, confirmadas pela Controladoria Geral da União (CGU), durante a instalação do novo aterro sanitário em Marituba - que susbtituiu o lixão do Aurá, fechado em 2014.

"Há pouco tempo, as empresas contratadas para fazer esse serviço eram pagas de acordo com o montante de toneladas de lixo recolhidos e os serviços feitos. Hoje não: o maquinário está contratado num valor mensal, e os serviços, repassados para a gestão, não estão acontecendo. E a cidade para com vinte minutos de chuva", afirma Brito.

SEM COLETA

Incluída nessa segunda maior fatia do problema dos resíduos sólidos da Grande Belém, está a vizinhança da casa do pintor profissional Antenor Machado Ribeiro, 52, que tem que esperar por até duas semanas para ver o lixo recolhido na porta de casa.

Em Ananindeua, na Passagem Taio Costa, entre Augusto Montenegro e rua da Yamada, no Coqueiro, é comum o lixo se acumular sem providências da Prefeitura de Ananideua. "O carro do lixo sempre passava às terças, quintas sábados. Mas há pelo menos três anos não tem mais dia para passar. Eles só vêm quando querem", protesta Machado.

Quando o carro de lixo passou, na manhã desta quarta (5) na Passagem Taio Costa, como já é de praxe, o lixo já se acumulava há oito dias. "Quando chove enche, porque não tem esgoto, nem quem recolha o lixo. Não temos é nada", diz o pintor.

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