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Chuva forte em Belém: rastros do temporal são registrados pela cidade

Calçadas ficaram danificadas, ruas precisaram ser interditadas e parte da população ficou sem energia elétrica

Maiza Santos / Especial para O Liberal
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O rastro de destruição por Belém é visível nesta quinta-feira, 20, um dia após a intensa ventania provocada pela chuva que atingiu a cidade na noite da última quarta-feira (19). Em diversos pontos, calçadas ficaram danificadas e ruas precisaram ser interditadas após árvores caírem, provocando transtornos para a população, como a interrupção do fornecimento de energia elétrica em vários bairros. Até a noite da quarta-feira, ao menos 17 casos de quedas de árvores foram registrados pela cidade, no entanto, o número oficial ainda não foi divulgado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).

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A Equatorial Pará foi quem confirmou a informação e disse que 85% dos casos já foram solucionados

image Cintia Goto (Reprodução Igor Mota)

Em frente a um edifício residencial, localizado na avenida Serzedelo Corrêa, no bairro da Cremação, uma árvore ficou com as raízes expostas e, inclusive, está tombada sobre fios elétricos. Cintia Goto, uma moradora da área, denúncia que há mais de um ano teria entrado em contato com a Semma para informar sobre o vegetal, que já estaria apresentando risco de queda. 

"Nós já estamos há muito tempo chamando a Semma. Eu tenho o documento do mês de abril de 2022, quando entramos em contato pela primeira vez solicitando a poda e a inspeção. Eles vieram aqui em agosto e disseram que iam retornar no mês seguinte, mas nada foi feito. Depois do vento de ontem, ficou nessa situação. A árvore tá tombando para cima do condomínio e só está sendo sustentada pela fiação elétrica. Nós temos medo que ela caia em cima dessa guarita dos funcionários e acabe atingindo alguém. Isso é muito perigoso e estamos correndo risco", declara Cintia.

A moradora relata que ainda acionou o Corpo de Bombeiros até o local, mas não obteve resposta. "Depois da chuva, nós chamamos. Ficamos receosos porque os galhos tombados já estão atingindo o primeiro andar do edifício. Espero que eles não venham somente quando alguém estiver ferido gravemente ou precise de socorro", afirma Cintia Goto.

A Semma informa que realiza podas nas árvores existentes em toda cidade e distritos. O município mantém com a Equatorial Pará um termo de cooperação que prevê à concessionária de energia a realização de poda de manutenção em rede com fio energizado.

Segundo a Semma, a população pode acionar o orgão para o serviço de poda diretamente na sede da pasta, que fica localizada na Travessa Quintino Bocaiuva, de segunda a sexta-feira, das 8h às 14h. Já no caso de riscos à estrutura de edificações, a população pode solicitar uma vistoria técnica da Defesa Civil pelo site: defesacivil.belem.pa.gov.br. Em caso de emergência, o Centro Integrado de Operações (Ciop) deve ser acionado pelo número 190.

image (Reprodução: Igor Mota)

Semáforo

Em toda a cidade, os problemas relacionados à queda das árvores e a chuva não paravam de ser contabilizados. O taxista Simeão Corrêa de Souza, que trabalha em um ponto na avenida Presidente Vargas, no bairro do Reduto, também conta sobre os problemas com os semáforos que não estavam funcionando em vários bairros.

“Ainda tem muitas partes de Belém que não tem energia. O problema também é que as pessoas não estão acostumadas a trafegar de carro quando algo assim, de ficar sem o semáforo, acontece. O pessoal fica parado no meio da rua, o trânsito não anda e corre risco de ter um desastre enorme. Eu vim do Guamá para cá e tem muitos sinais que não estão funcionando por falta de luz e outros que ficaram descontrolados. Mas isso é mais aqui pro centro, tem ruas que já normalizaram”, diz.

Por toda a cidade, e em especial nos bairros que ficam mais ao centro comercial, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) estava realizando rondas para verificar a questão dos semáforos. Os agentes trabalhavam para minimizar os transtornos no trânsito, causados pelos sinais que apresentaram problemas no funcionamento, desde a forte chuva. Ainda não há a informação de quantos semáforos tiveram a operacionalidade prejudicada após o temporal. Muitos desses equipamentos ficaram apagados ou no amarelo intermitente devido à queda de energia elétrica. Além disso, eles também acabaram ficando na posição errada e até saindo do lugar devido ao vento forte.

Os agentes da Semob estavam realizando o acompanhamento dos semáforos que apresentaram problemas. No entanto, os agentes inicialmente realizavam a manutenção daqueles que estavam afastados de locais onde ocorreram as quedas de árvores, isso devido ao perigo das fiações elétricas que ainda estavam expostas em muitas vias. A previsão é de que ocorra o mais rápido possível a substituição de componentes eletrônicos que acabaram queimando devido às oscilações de energia elétrica, além de ter a posição corrigida para facilitar a visualização por parte dos condutores. Enquanto isso, os agentes também trabalham para dar fluidez no transito desses locais afetados.

Até a tarde de quinta (20), a Semob informou que, até o momento, os pontos sem energia com semáforos apagados eram: Avenida Gentil Bittencourt, da travessa dos Apinagés até avenida Alcindo Cacela; avenida Conselheiro Furtado, com a Padre Eutíquio; avenida Conselheiro Furtado, com a avenida Serzedelo Corrêa; rua dos Mundurucus, com a avenida Serzedelo Corrêa; e rua dos Mundurucus com a travessa Dr Moraes.

image (Reprodução: Igor Mota)

Na capital paraense, que também é conhecida popularmente como ‘cidade das mangueiras’, as ocorrências relacionadas a quedas de árvores acontecem com certa frequência, principalmente no centro de Belém - onde estão as zonas com maior arborização. Isso foi refletido em mais de 10 locais espalhados pela cidade, onde, segundo a Semma, foram registrados quedas tanto de vegetais, como de galhos. São eles:

- Praça da República, na frente do Theatro da Paz

- Praça dos Estivadores 

- Praça Waldemar Henrique

- Início da avenida Presidente Vargas 

- Avenida Nazaré, na frente da Tv Liberal (Galhos de árvore)

- Avenida Gentil Bittencout, atrás da Praça Santuário

- Avenida Generalíssimo Deodoro, entre as avenidas Nazaré e José Malcher. 

- Avenida Romulo Maiorana

- Avenida Marechal Hermes

- Travessa Apinagés

image Praça Waldemar Henrique (Reprodução: Igor Mota)

Muitas vezes, esses transtornos acabam sendo agravados devido aos galhos dos vegetais estarem atrelados a fiações elétricas. Conforme a Equatorial Pará, concessionária de energia elétrica do estado, cerca de 70 mil clientes acabaram sendo atingidos pela falta de luz que ocorreu durante e após as chuvas. Conforme apurado, entre os bairros afetados estão: Pedreira, Sacramenta, Marco, Telégrafo, São Brás, Guamá, Bengui, reduto e parte do Souza e Umarizal.  No entanto, a empresa também informou que na manhã da quinta-feira, 20, cerca de 85% dos casos já haviam sido solucionados. 

Eles também asseguraram que estão trabalhando para normalizar completamente o fornecimento de energia elétrica nos trechos dos bairros da Região Metropolitana de Belém. Apesar de não ter dado uma previsão para que o serviço seja normalizado aos belenenses, a estimativa da Equatorial é de que a luz seja regularizada o menor tempo possível.

Colégio em Nazaré

Também em consequência da chuva forte, o Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, no bairro de Nazaré, teve a estrutura do telhado atingida. Em nota, a instituição confirmou que "o prédio onde estava sendo realizada a troca do telhado, sofreu danos". "A Instituição já estava em obras aproveitando o período de recesso escolar. A equipe da empresa responsável pelas obras já está trabalhando para resolver os prejuízos causados pelo temporal", detalhou o comunicado. 

Radar meteorológico

A Defesa Civil informa que não houve alerta do temporal, já que Belém não possui radar meteorológico, equipamento que ajuda no rastreio - por meio da emissão e recepção de ondas - da formação de chuvas e tempestades, como a que atingiu a capital paraense. A instalação desse equipamento na região é demandada pela população há anos, devido a incidência de chuva no estado.  

Na noite da quarta-feira, 19, a secretária municipal de Meio Ambiente, Cristiane Ferreira, explicou que desde 2021 a Prefeitura de Belém vem cobrando a instalação do radar meteorológico, que permite identificar, por meio da emissão e recepção de ondas, a formação de chuvas e tempestades, como ocorreu na noite desta quarta-feira (19), na capital paraense.

“Em 2021, nós provocamos o Governo Federal e eles se comprometeram em instalar o radar até o ano passado. Não instalaram. Agora que vai ser instalado. O radar é o único equipamento que consegue fazer a previsão a curto espaço de tempo. Então, se nós tivéssemos o radar em Belém, como nas outras capitais, eles teriam avisado a gente”, disse a titular da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).

Confira as imagens de Belém nesta quinta-feira:

CHUVA-BELÉM

A chuva pode continuar

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou na quinta-feira, 20, que a população deve ficar atenta à questão da segurança e também aos transtornos que costumam ocorrer em dias chuvosos, pois a previsão é de que a forte chuva se repita até a sexta-feira (21). Conforme o instituto,  o acumulado pode chegar a 50 milímetros (mm) em 24h e os ventos ainda podem alcançar a marca de 60 km/h, na faixa que abrange parte dos estados do Pará, Amapá e Maranhão.

Segundo o Inmet, na região do Aeroporto Internacional de Belém, a velocidade dos ventos atingiram 68KM/h. Essa intensidade de chuva e vento teria ocorrido devido uma nuvem carregada que veio de outra região.

O Inmet chegou a informar sobre algumas atitudes que devem ser tomadas pelos moradores para evitar riscos e ainda se protegerem em dias chuvosos e com ventos intensos. São eles:

- Não se abrigar debaixo de árvores;

- Não estacionar veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda

- Evitar usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada.

image (Reprodução: Igor Mota)
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Belém
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