Belém terá, neste sábado (17), ação sobre câncer raro que acometeu filha do jornalista Tiago Leifert

Retinoblastoma é o tumor ocular mais comum em crianças, representando cerca de 3% dos cânceres infantis

Dilson Pimentel
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Em Belém haverá, neste sábado (17), uma ação nacional de conscientização do retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular. Segundo o Ministério da Saúde, é o tumor ocular mais comum em crianças, representando cerca de 3% dos cânceres infantis, chegando a uma média de 400 casos por ano.

Na capital paraense, a campanha contará com o apoio da Associação Paraense de Oftalmologia e será realizada no 1º piso do Castanheira Shopping, neste sábado (17), das 10 às 15 horas. Médicos oftalmologistas e oncologistas estarão orientando e tirando dúvidas a respeito dessa e outras patologias.

Essa campanha, batizada “De Olho nos Olhinhos”, foi idealizada pela jornalista Daiana Garbin e pelo jornalista e apresentador Tiago Leifert. O casal tem uma filha com esse câncer e tornou o caso público em janeiro deste ano com o intuito de alertar outros pais sobre a importância do diagnóstico precoce. Dia 18, domingo, é o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma.

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A criança sofre de câncer raro nos olhos.

O retinoblastoma é o tumor maligno intraocular mais frequente encontrado nas crianças, diz oftalmologista

Em Belém, a presidente da Associação Paraense de Oftalmologia, a médica oftalmologista Rita Vallinoto, explicou que o retinoblastoma é o tumor maligno intraocular mais frequente encontrado nas crianças. Acomete crianças pequenas. 90% dos casos são diagnosticados entre 0 e 5 anos de idade, sendo a maioria diagnosticado em torno de 3 anos. Não há distinção entre sexo, raça ou olho.

A maioria dos casos de retinoblastoma é esporádica. Ou seja, ocorre quando uma célula sofre mutação e passa a se multiplicar desordenadamente. A forma unilateral acomete crianças com mais de 1 ano de idade. Os outros casos são hereditários e a criança tem uma mutação num gene supressor de tumor chamado RB1, que está presente em todas as células do corpo.

Essa mutação normalmente é herdada de um dos pais, mas pode também ocorrer uma nova mutação, e estes podem transmitir aos descendentes. Acometendo bebês em torno de 1 ano de idade.

O principal sintoma da doença é o "olho de gato"

Ainda segundo a Dra. Rita Vallinoto, o principal sintoma do retinoblastoma é o reflexo branco na pupila (“olho de gato”). “Ocorre quando incidimos uma luz através da pupila e esta cai sobre a superfície do próprio tumor, mostrando um reflexo branco”, explicou.

Outros sinais e sintomas:

  • olho torto,
  • sensibilidade exagerada à luz,
  • dificuldade visual,
  • dor ocular,
  • movimentos irregulares dos olhos,
  • aumento e abaulamento dos olhos.

O sucesso no tratamento do retinoblastoma depende do diagnóstico precoce, enquanto ainda é intraocular. “Por isto a importância do teste do reflexo vermelho que deve ser realizado na maternidade e repetido durante a infância permitindo o diagnóstico de várias causas de cegueira em crianças inclusive o retinoblastoma”, disse.

Então, na suspeita dos familiares, explicou, a criança deve ser submetida a uma avaliação com um médico oftalmologista para que possa ser feito o diagnóstico.  O tratamento do retinoblastoma visa salvar a vida e preservar a visão, sempre que possível, sendo individualizado.

De acordo com a lateralidade, potencial de preservação da visão e o estadiamento intraocular e extraocular.  Tratamentos: cirurgia de enucleação (retirada do globo ocular), laserterapia, crioterapia, braquiterapia, quimioterapia e transplante autólogo de medula.

Ainda de acordo com a médica oftalmologista, há 60 casos notificados desde 2019 até o presente momento. “Porém sabemos que são subnotificados”, disse. O tratamento é feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas há alguns que não são feitos em Belém. E, nesse caso, os pacientes precisam ir para São Paulo. No Pará, o atendimento é feito no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, e no Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém.

A campanha “De Olho nos Olhinhos”, idealizada pela Daiana Garbin e pelo Tiago Leifert, visa orientar as famílias sobre  patologias oculares que podem levar à perda da visão e até da vida, se não tratados precocemente - a exemplo do retinoblastoma. É uma campanha nacional com apoio do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, entre outras.

Saiba mais sobre a doença:

O retinoblastoma é um tumor maligno raro originário das células da retina – parte do olho responsável pela visão – afetando um ou ambos os olhos. É o tumor primário mais comum no olho de crianças e tende a ocorrer no início da infância ou em lactentes e pode estar presente ao nascimento.

Sintomas:

O principal sintoma, presente em 90% dos casos diagnosticados, é a leucocoria, um reflexo branco na pupila, conhecido como ‘sinal do olho de gato’. Essa mancha esbranquiçada indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz. Sem a passagem de luz, as vias óticas para o centro da visão, no cérebro, não se desenvolvem e atrofiam.

Esse reflexo branco, muitas vezes, só é notado sob luz artificial, quando a pupila está dilatada, ou em fotos, quando o flash bate sobre os olhos. Em olhos saudáveis, esse reflexo é sempre vermelho. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão, conjuntivite, inflamações, dor ocular.

Apesar de o principal sintoma ser a leucocoria, o seu aparecimento significa que a doença já está em estágio avançado e as chances de salvar o olho da criança serão menores. Antes disso, a criança já pode apresentar como sintoma sensibilidade à luz (fotofobia) ou um desvio ocular, por exemplo, estrabismo. Por isso, é extremamente importante que, ao perceberem qualquer anormalidade nos olhos do filho, os pais procurem um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança acometida pela doença.

Diagnóstico:

O diagnóstico precoce do retinoblastoma é pré-requisito básico para o sucesso do tratamento. Ele pode ser realizado pelo neonatologista ainda na maternidade, ou nos exames de rotina pelo oftalmologista nos primeiros anos de vida da criança, utilizando o Teste do Reflexo Vermelho. O levantamento do histórico familiar, o exame de fundo do olho e o ultrassom fornecem elementos importantes para confirmar o diagnóstico.

O teste do olhinho deve ser realizado logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos, faixa etária mais atingida pela doença. O teste é simples e pode detectar qualquer alteração visual, levantando a suspeita da existência de um tumor, que pode ser confirmado pelo exame de fundo de olho. Além do retinoblastoma, o exame pode detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito, cuja identificação precoce possibilita o tratamento no tempo adequado.

Tratamento:

Na maioria dos casos, o retinoblastoma é uma doença curável. A quimioterapia, a radioterapia e o tratamento oftalmológico e a laser têm mostrado bons resultados. Em alguns casos, infelizmente, é preciso recorrer à enucleação, isto é, à retirada cirúrgica do globo ocular.

Recomendações:

  • procure saber se seu filho passou por uma avaliação oftalmológica que inclui o Teste do Olho Vermelho na maternidade. Se não passou, procure um oftalmologista para realizá-la, quando ele é ainda um bebê;
  • leve novamente a criança ao oftalmologista para uma reavaliação, antes dos três anos, ou quando notar alterações como olhos vermelhos, reflexos brancos na pupila, sinais de estrabismo, por exemplo;
  • verifique se há outros casos de retinoblastoma na família. Se houver, vale a pena consultar um especialista em doenças genéticas hereditárias sobre a possibilidade de o retinoblastoma afetar outros membros da família.

Informações do Ministério da Saúde, citando as fontes abaixo:

  • Associação para Adolescentes e Crianças com Câncer – TUCCA
  • Dr. Dráuzio Varella
  • Instituto Nacional de Câncer
  • Sociedade de Pediatria de São Paulo

 

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