Belém registra cinco quedas de árvores em espaços públicos em 2020
Os casos ocorreram em Nazaré, Marco e São Brás. Eles estão entre os bairros mais arborizados da capital paraense
No último ano, ocorreram 14 quedas de árvores em espaços públicos de Belém, que conta hoje com cerca de 120 mil árvores. Somente em 2020, até esta segunda-feira (20), já foram constatadas cinco quedas de árvores de médio porte na cidade sendo três mangueiras e duas cássias, nos bairros de Nazaré, Marco e São Brás. No entanto, em nenhum deles houve morte, apenas danos materiais, segundo informa a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Em 2020, três casos aconteceram no período das fortes chuvas, em janeiro. Outros dois casos são recentes e ocorreram nesta segunda-feira (20), quando uma mangueira e uma cássia desabaram em São Brás, deixando assustados pedestres, ciclista e condutores de veículos.
Dos casos ocorridos nesta segunda (20), um deles foi por volta das 10h, na avenida Governador Magalhães Barata, entre a avenida Alcindo Cacela e travessa Nove de Janeiro, no bairro de São Brás. Um caminhão bateu em uma mangueira, ela tombou para cima da fiação elétrica. Cerca de quatro horas mais tarde, às 14h, outra árvore, da espécie cássia, desabou próximo conjunto IAPI, na avenida Almirante Barroso, próximo ao Mercado de São Brás.
O diretor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Paulo Porto, afirma que todas as medidas de retirada das árvores foram feitas dos locais onde elas caíram. No lugar da mangueira, será plantada outra da mesma espécie. E, no lugar da cássia, a Semma ainda define qual espécie será plantada.
"No caso da mangueira, ela estava em perfeito estado e bom o baque tombou. Já no caso da cássia, o que tudo indica, é que houve apodrecimento da raiz. Mas todas as árvores foram retiradas a tempo e devidamente recolhidas pelo Departamento de Áreas Verdes Pública da Semma. Em nenhum dos casos ocorridos houve vítimas, mas só teve danos materiais", afirma Porto.
O diretor da Semma considera ainda que esses casos de quedas estão dentro da normalidade. "A gente monitora as árvores para evitar que elas caíam, com podagem e retirada somente das que estão comprometidas. Mas não conseguimos atingir toda a cidade em um momento só. Já podamos mais de mil mangueiras centenárias, desde 2016, para evitar que elas venham cair na cidade em tempos de inverno. Retiramos ervas de passarinhos que podem matar o vegetal e fazemos esse trabalho junto com a concessionária de energia elétrica, Seurb, Semob e Sesan. Fazemos isso diariamente e semanalmente. Todavia, mesmo com as ações, não vamos zerar a queda de árvores e os casos ocorrem pelos acidentes que as árvores sofrem pelos veículos e pessoas, e pelo nosso clima".
Nesse sentido, ele reforça que outro grande parceiro da Semma precisa ser a comunidade. "Se as pessoas verificarem alguma situação envolvendo as árvores, como tombamento, galhos grandes, raízes expostas e outros, pode nos acionar, para encaminharmos nossos técnicos para verificarem a situação e a gente conseguir evitar ainda mais o problema", solicita. O contato com a Semma pode ser feito pelo e-mail (meioambientepmb@gmail.com) ou indo à Semma, que fica na travessa Quintino Bocaiúva, 2078, no bairro da Batista Campos.
Belém conta com cerca de 120 mil árvores, das quais entre 10 a 15 mil são mangueiras
Ainda segundo ele, a cidade conta hoje com cerca de 120 mil árvores, das quais entre 10 a 15 mil são mangueiras. Outras espécies mais encontradas que as mangueiras são os oitizeiros e as cássias. Há também em Belém castanhola, ipês (branco, rosa e amarelo), flamboyans e ficus. Sendo que estas são plantadas pela população e, segundo Paulo Porto, "não são apropriadas para a cidade". Por isso, de forma gradativa, a Semma faz a remoção delas, que hoje são cerca de 15 a 20 mil em Belém.
Os bairros mais arborizados da capital paraense são aqueles que foram planejados, segundo o levantamento da Semma, como Nazaré, São Brás, Batista Campos, Marco e Pedreira. Aqueles bairros onde a ocupação urbana foi feita sem controle e quase sem nenhum planejamento são também os que enfrentam os piores índices de falta de arborização como Terra Firme, Guamá, Jurunas e a maioria das áreas periféricas de Belém, onde quase não se encontra mais vegetal, apenas imóveis.
Legislação
Desde março de 2012, Belém conta com a Lei nº 8909, que dispõe sobre o Plano Municipal de Arborização Urbana de Belém. Seu projeto foi elaborado ao longo de três anos por 11 membros de instituições não governamentais, públicas e privadas. O documento é um instrumento previsto no Plano Diretor de Belém e faz parte do Sistema de Áreas Verdes da Cidade. A importância é por apresentar diretrizes não somente para a manutenção da arborização existente, mas critérios de expansão e manejo a respeito do quanto, como e onde plantar na área urbana de Belém, atendendo ainda Icoaraci, Outeiro e Mosqueiro.
O mesmo grupo elaborou ainda o Manual com Normas Técnicas, que norteia a aplicação do plano como, por exemplo, o vegetal mais adequado à localidade dando prioridade à manutenção e proteção das mangueiras - espécie que tornou Belém conhecida como a Cidade das Mangueiras - existentes e vegetais nativos da Amazônia. Há até a possibilidade de se plantar mangueiras de porte menor.
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