Após 2 anos em ritmo lento, Pará cresce 3% no mercado nacional de biocosméticos e fitoterápicos

Setor não apresentou crescimento nas exportações, até então, este ano

Valéria Nascimento
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Desde o ano de 2010, o setor brasileiro de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos não fechava um 1º semestre com superávit. No mesmo intervalo em 2021, o déficit foi de US$ 33.9 milhões. A informação é da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), divulgada em 19 de julho deste ano.

No Pará, a chancela vigorosa da 'marca' Amazônia e a excelência de produtos naturais, contribuem para a retomada dos negócios, nos segmentos de biocomésticos e fitoterápicos, no entanto, neste ano de 2022, até então, não houve crescimento nas exportações, conforme empresários do ramo, ouvidos pela reportagem.

Ainda que o Estado não tenha apresentado crescimento no comércio exterior, no mercado nacional, o crescimento do segmento de fitoterápicos e biocosméticos paraenses já é de 3%, se comparado com o ano de 2021.

Ampla aceitação

A coordenadora do Centro Centro Internacional de Negócios (CIN), órgão vinculado à Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), Cassandra Lobato, informou que os óleos naturais mantiveram a ampla aceitação no mercado externo, por exemplo.

"A gente observa que óleos como o de pracaxi (Pentaclethra macroloba) e o de andiroba se mantiveram como destaques, mesmo antes da pandemia. Eles têm grande aceitação no mercado exterior, onde são industrializados e passam a compor produtos finais, fabricados fora do estado, como hidratantes, shampoos e condicionadores", afirmou Cassandra Lobato.

Para a vice-presidente do Sindicato das Indústrias Químicas e de Perfumarias do Pará (Sinqfarma), Fátima Chamma, a verticalização é a palavra de ordem para o crescimento da cadeia produtiva no Pará. Do contrário, diz ela, o estado continuará como mero exportador de insumos/matéria prima.

Verticalização e custo do frete

Fátima Chamma afirma que fitoterápicos e cosméticos são segmentos tradicionais no Pará, com uma cadeia produtiva extensa que envolve desde a base, com famílias e comunidades de trabalhadores extrativistas e coletores cooperados, na fase primária à fase secundária, onde começa a manipulação da matéria-prima, para a extração dos óleos, por exemplo. Até que o fluxo da cadeia produtiva chegue à fase terciária, que é a industrialização.

"É necessário ênfase na verticalização do processo. É na verticalização que se gera mais empregos e renda", assinalou Fátima Chamma. Apesar dos bons resultados do período, com o alcance de 3% de crescimento no mercado nacional, a empresária salienta que ainda existem grandes desafios no cenário para aumentar a competitividade dos produtos paraenses nos mercados nacional e internacional.

A vice-presidente do Sinqfarma reiterou que há uma demanda muito grande do mercado internacional pelos produtos amazônicos, mas a viabilidade dos produtos no comércio exterior, ainda é fraca. "A nossa logística é cara, enfrentamos o impacto do preço do frete. Além disso, a gente tem uma competição grande de quem produz no sudeste do país e até no exterior. Há empresas brasileiras que não vendem aqui, alguns produtos, mas vendem lá fora".

Floresta em pé 

"Então, nós continuamos como meros fornecedores de matéria-prima. O nosso segmento é sustentável, nós precisamos da floresta em pé. Precisamos do aumento da produção, do cultivo e de parcerias, para ter boa distribuição, para sermos um estado, uma região, referência em tecnologia e produtos de excelência", avaliou Fátima Chamma.

Ela observa que é necessário incentivos fiscais e recursos para o desenvolvimento de pesquisas aplicadas. "Temos pesquisas estratégicas para novos produtos, um estoque de conhecimento com tecnologia e inovação, mas é necessário testar estes produtos na ponta, isso exige investimento. O perfil do segmento no Pará é de pequenas empresas, que precisam de ações de fomento para potencializar o alcance de nossos produtos", afirmou a vice-presidente do Sinqfarma.   

Números do segmento nacional, conforme a Abihpec

A análise da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), divulgada em 19 de julho passado, aponta o saldo da Balança Comercial de junho/2022, e confirma a tendência de recuperação pós-pandemia, com superávit no valor de US$ 11.7 milhões. Os resultados positivos do semestre são puxados principalmente pelos produtos de cabelos, com US$ 17.3 milhões, sabonetes, com US$ 11.9 milhões e Produtos de Higiene Oral – US$ 8.4 milhões.

Em junho de 2022, a corrente de comércio atingiu US$ 130.9 milhões, aumento de 7,3% na comparação com o mesmo período em 2021 (US$ 122.0 milhões). E as exportações alcançaram o valor de US$ 71.3 milhões, com um importante aumento de 16,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior (US$ 61.2 milhões). Resultados que mostram um novo panorama com boas perspectivas para o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

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