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Corda do Círio 2025 é vistoriada em Belém e campanha contra cortes é reforçada

Símbolo de fé dos romeiros, a corda será usada nas procissões da Trasladação e do Círio; campanha 'Não Corte a Corda' ganha reforço da Polícia Militar

Amanda Martins e Hannah Franco

Outubro se aproxima e, com ele, o Círio de Nazaré 2025, uma das maiores manifestações religiosas do país. Na tarde deste sábado (27/9), a tradicional corda do Círio passou por vistoria realizada pela Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) e pela Guarda de Nazaré. A inspeção ocorreu no Colégio Santa Catarina de Sena, na avenida Nazaré, e faz parte dos preparativos para a Trasladação e a grande procissão de domingo.

Antes do início da vistoria, membros da Guarda e da DFN participaram de um momento de oração conjunta, pedindo bênçãos para os trabalhos e para os romeiros que puxarão a berlinda de Nossa Senhora. Embora a corda já chegue a Belém testada pela empresa responsável por sua confecção, a avaliação presencial é considerada essencial para garantir a segurança e a integridade do item, que é símbolo de devoção.

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Ao todo, cerca de 800 metros de corda foram vistoriados. Segundo Antônio de Sousa, diretor coordenador do Círio 2025, a vistoria tem como objetivo principal garantir que tudo esteja em perfeitas condições antes do uso nas procissões.

“Ela vem inteira, e nesse momento a gente faz uma inspeção aqui para ver se não tem qualquer tipo de problema. Tem algumas amarras que são feitas nas argolas, e a gente verifica se está tudo certo, se precisa dar um reforço a mais, olha toda a extensão delas pra ver se tem alguma falha. Esse é o principal motivo da vistoria. E também fazemos a separação das duas cordas: uma vai para a Trasladação e a outra para o Círio”, esclareceu.

Assumindo este ano a coordenação geral da festa, Antônio falou também sobre o lado emocional de acompanhar a chegada e separação do objeto: “O Círio está chegando, e ver a corda, que é um ícone muito forte, mexe com a gente. É o que mais chama atenção. Quando vemos elas sendo separadas, tudo dando certo, isso dá um pouco mais de tranquilidade.”

Após a vistoria, a corda foi levada à Estação das Docas, onde já está exposta para visitação pública no Armazém 1. A exposição é gratuita e segue até o dia 11 de outubro, nos horários de funcionamento do espaço. Esta é a sexta vez consecutiva que o público tem a oportunidade de ver de perto a corda do Círio antes da grande procissão.

Campanha “Não Corte a Corda” é reforçada

A vistoria marcou também o lançamento da campanha “Não Corte a Corda”, que existe há mais de 10 anos, mas será intensificada em 2025 com apoio da Polícia Militar. A ação busca impedir cortes antecipados da corda durante a procissão, prática que atrapalha a organização, compromete a segurança e desrespeita a fé dos romeiros.


A iniciativa deste ano está em sintonia com o tema do Círio 2025: “Maria, Mãe e Rainha de toda a Criação”. O coordenador da Guarda de Nazaré, Oscar Pimenta Filho, explicou a importância da campanha e o trabalho conjunto com a PM.

“É o sonho da Diretoria da Festa e da coordenação da Guarda também que essa corda chegue intacta até o final. A gente já percebeu onde são os pontos onde essas pessoas entram. Sabendo disso, levamos essas informações à Polícia Militar e pedimos o apoio deles para nos ajudar a garantir que o povo complete sua caminhada de fé. Vamos tentar fazer esse trabalho em conjunto, e esperamos que tudo dê certo, para que todos consigam pagar sua promessa”, disse o coordenador.

Já o coordenador da DFN foi direto ao falar sobre a motivação da campanha: “O corte da corda é algo que a gente ainda não entende como começou. Acreditamos que não são os promesseiros que fazem isso, mas pessoas que se aproveitam da fé e do cansaço dos outros para pegar pedaços da corda e comercializar. A gente não acha isso justo. Então, essa campanha é mais uma tentativa de conscientizar.”

E ele fez questão de esclarecer um ponto importante sobre o momento certo para cortar a corda. “É bom lembrar que a corda do Círio e da Trasladação são entregues aos promesseiros. Elas não são guardadas. Quando chegam ao ponto final e são desatreladas, aí sim eles podem cortar e levar seus pedaços. O que pedimos é que isso não seja feito antes da hora, porque isso quebra a promessa, quebra a fé das pessoas que se importam.”

“Chegamos a ter oito mil mãos segurando a corda ao mesmo tempo. É um desafio enorme manter o controle. Mas vamos tentar tudo o que puder ser feito para garantir um Círio seguro e organizado pra todo mundo”, concluiu.