Ato cobra nomeação da candidata eleita para a reitoria da Ufra
Mesmo que a professora doutora Janae Gonçalves tenha sido a mais votada, o presidente Jair Bolsonaro nomeou a segunda colocada no pleito, professora doutora Herdjania Veras
Docentes, estudantes e servidores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) cobram a nomeação da professora doutora Janae Gonçalves. Ela foi a mais votada da eleição para reitoria da instituição. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou a segunda colocada do pleito, a professora doutora Herdjania Veras. Um ato, na frente do campus da avenida Perimetral, demanda a revisão da decisão do Governo Federal.
Os mandatos para a reitoria são de quatro anos. Nas eleições, é formada uma lista tríplice (três nomes) para que a comunidade escolha o favorito. Tradicionalmente, a vontade da comunidade acadêmica é respeitada e a chapa eleita é a nomeada. Porém, a decisão cabe ao Governo Federal — no caso da Uepa, a decisão é do Governo do Estado —, que pode nomear a segunda chapa ou até mesmo a menos votada.
"Embora a lei permita nomear outra pessoa da lista que não seja a primeira, há décadas a escolha da comunidade acadêmica era respeitada. A Ufra é a 26ª universidade que sofreu essa intervenção, ou seja, a tradição foi rompida pelo governo federal. Acreditamos que é a comunidade acadêmica é quem entende das suas próprias necessidades, pois somos nós que vivenciamos a instituição", disse Moacir Miranda, técnico da Ufra e membro do Sinditifes.
Marcos Martins, estudante de Sistema de Informação, adianta que o ato é o primeiro de outros que devem ocorrer até a posse da professora doutora Janae Gonçalves. "Pretendemos fazer uma caminhada em direção à reitoria, e lá vamos fazer uma ocupação simbólica para contestar essa nomeação arbitrária. Nós estaremos em um novo ato na posse dela para manifestarmos o nosso repúdio. Ela foi escolhida pelo Governo Federal e não por nós, portanto, não nos representa", disse.
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