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97% dos trabalhadores da educação já foram vacinados em Belém

Faltam menos de 700 profissionais completarem o esquema vacinal

Laís Santana

Em Belém, 97% dos professores já foram completamente vacinados contra a covid-19. O levantamento foi feito pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). Neste momento, faltam 692 profissionais serem vacinados com a segunda dose do imunizante. 

Dados da Sesma mostram ainda que mais de 44 mil doses de vacina anticovid foram aplicadas em trabalhadores da educação, sendo 22.386 primeiras doses e 21.694 com primeira e segunda dose. 

Professora de artes há 21 anos, na rede municipal de ensino, Raquel dos Anjos Veiga é uma das profissionais que já possui o esquema vacinal completo. Para a docente, a pandemia trouxe uma experiência desafiadora e dolorosa, escancarando a desigualdade social vivida no âmbito da educação. Agora, com a retomada das aulas depois da vacinação, é momento de se reinventar mais uma vez. 

“Passamos por etapas nessa pandemia, vimos colegas que faleceram, crianças, adolescentes, alunos nossos que morreram, famílias inteiras. Semana passada eu estava dando aula para um grupo de 6ª ano e duas crianças me colocaram que a mãe as mães faleceram. Como é que tu te recompõe? Então, falar da relevância da vacina, da relevância dos cuidados, da importância deles compreenderem isso, é o nosso papel primordial. Ainda está sendo difícil para muitos colegas, muitos já estão mais tranquilos, outros ainda permanecem afastados, em tratamento, em cuidados, mas hoje nos sentimos sim mais confortáveis, mas com muita responsabilidade”, afirma.

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No segmento das artes, a professora atua ministrando aulas de música. Ela relembra que a disciplina foi uma das últimas a ser retomada. “Nós  tínhamos discussões direto com a Associação Brasileira de Educação Musical, conservatórios, fundações, porque o envolver do corpo, o cantar, a salivação, o tocar uma flauta, era completamente inviável. Nós retornamos, mas retornamos com a compreensão de como esse corpo tem que estar, como deve ser a higiene, se eu não compreendo isso, na próxima aula a saúde do meu colega pode ser afetada. Isso que buscamos orientar a todos os alunos.”

Na avaliação de Matheus Ferreira, coordenador geral do Sindicato de Trabalhadores da Educação Pública do Pará em Belém (Sintepp Belém), a trajetória de vacinação no município foi positiva. “Foram divididos em etapas considerando os níveis educacional e não ocorreram grandes problemas durante o processo de vacinação. A vacinação foi essencial para a retorno das aulas presenciais, a imunização total dos professores e os protocolos de segurança sendo seguido por todos nas escolas e, principalmente, a responsabilidade que os gestores precisam ter para com as condições de higienização e infraestrutura das escolas”, pontua. 

“Assim como o monitoramento permanente das possíveis infeção na escola é importante para seguirmos com segurança, pois ainda estamos em um cenário de pandemia”, acrescenta Ferreira. 

Em nota, a Sesma afirma que O retorno às atividades presenciais seguem os protocolos de segurança, individual e coletiva, e foram programados de maneira escalonada, “ocorrendo somente após 15 dias do recebimento da segunda dose pelos trabalhadores da educação, zelando, assim, pelo bem-estar dos nossos colaboradores.” 

A secretaria reforça ainda que a Nota Técnica Nº 43/2021 do Ministério da Saúde disciplina a aplicação de dose de reforço para pessoas idosas, com alto grau de imunossupressão, além deles estão contemplados os profissionais da saúde pela Nota Técnica Nº 47/2021- também do MS. Dessa forma, os trabalhadores da educação ainda não estão incluídos como grupo prioritário para receber a dose de reforço.