Amostras de whisky suspeito de contaminação por metanol serão enviadas à Fiocruz, diz Sespa
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disse que os resultados das análises serão enviados diretamente ao município responsável
A Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou na terça-feira (9/12) que o Laboratório Central do Estado (Lacen) recebeu duas garrafas de whisky supostamente ligadas à denúncia do engenheiro paraense Flávio Acatauassu, de 63 anos, que afirma ter sido contaminado por metanol após consumir uma dose de uísque adulterado. Em nota, a Sespa disse que as amostras seguirão o fluxo estabelecido pelo Ministério da Saúde, sendo encaminhadas ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A Sespa comentou também que os resultados das análises serão enviados diretamente ao município responsável.
"A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que o Laboratório Central do Estado (Lacen) recebeu duas garrafas de whisky e que as amostras seguirão o fluxo estabelecido pelo Ministério da Saúde, sendo encaminhadas ao Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os resultados serão enviados diretamente ao município responsável", comunicou a Secretaria.
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Anteriormente, a Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) já havia dito que iniciou os procedimentos para analisar as bebidas e que iriam ser direcionadas ao Lacen, onde passarão por exames que poderão confirmar ou descartar a presença de substâncias tóxicas.
A Sesma destacou que as investigações seguem em andamento. "Somente após a divulgação dos resultados o município poderá divulgar as informações necessárias à população. Reforçamos que se trata de apenas uma investigação, em um único paciente, cujo consumo se deu há um mês", detalhou o comunicado da Sesma.
O caso
O paraense adquiriu a bebida no mês de novembro no supermercado no bairro de Nazaré, e precisou de atendimento médico após passar mal com a ingestão da bebida.
Após passar mal, Flávio procurou atendimento em um hospital particular, onde alegou ter sofrido negligência médica porque os médicos não chegaram a realizar os exames corretos para a descoberta da intoxicação exógena. Alguns dias depois, o engenheiro procurou outro laboratório particular da capital paraense e conseguiu obter o laudo que apontou resultado positivo para metanol no organismo.
A Polícia Civil do Pará confirmou que na terça-feira (9/12) ouviu formalmente Flávio após ele ter comparecido na Delegacia do Consumidor para prestar depoimento. Segundo a PC, todas as informações colhidas durante o relato estão sendo analisadas pela equipe responsável, que agora dá continuidade às apurações para esclarecer as circunstâncias do caso e identificar possíveis responsabilidades.
Como estão os casos de metanol no Brasil?
Na última segunda (8), a ‘Sala de Situação’, criada para acompanhar o aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas, foi encerrada após pausa em registros de novos casos. O Ministério da Saúde informou que a medida foi tomada após dez dias sem casos de contaminação pela substância, considerando a data de início dos sintomas. A decisão consta na Portaria nº 9.169, assinada pelo ministro Alexandre Padilha e publicada no Diário Oficial da União. O último caso confirmado havia ocorrido em 26 de novembro e se referia a uma pessoa que apresentou sintomas no dia 23 do mesmo mês.
A pasta avalia que o país atingiu um cenário de estabilidade epidemiológica, com queda expressiva no número de casos e mortes. O ministério destacou que o trabalho realizado desde outubro permitiu garantir diagnóstico, assistência e distribuição de antídotos a todos os estados. Mesmo com o encerramento da estrutura emergencial, o governo afirmou que o monitoramento seguirá normalmente dentro do fluxo regular da vigilância de intoxicações exógenas, realizada pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
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