12ª Feira LGBTQIA+ começou neste sábado com temática voltada para o Dia das Mães 

Evento vai até domingo, 7, e cria oportunidade de negócios e ações sociais voltadas para o público LGBTQIA+

Camila Guimarães
fonte

Começou neste sábado (6), e segue ao longo de todo o domingo (7), das 9 às 22h, a 12ª Feira de Empreendedores LGBTQIA+, promovida pela ONG Arte Pela Vida, que presta assistência a pessoas com HIV e Aids. O evento ocorre na Fundação Cultural do Pará (FCP, antigo Centur), em Belém. Esta edição, que traz o tema "Presentes pra Mãe", busca proporcionar formas de homenagear mães de todos os tipos, conforme ressalta um dos organizadores do evento, Francisco Vasconcelos.

"Especialmente porque a gente sabe que é uma data muito importante para todos, todas e todes. Cada estande preparou muitos presentes, de maneira mais personalizada para presentear a sua mãe, seja ela quem for. Pode ser uma mãe, pode ser uma pãe, pode ser mãe de um gato, pode ser um cachorro, o que for. Somos família. Como seres humanos precisamos divulgar e repartir nossos direitos como cidadãos".

Francisco também ressalta a importância da feira para a inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado e para a formação de renda desse público: "A feira de empreendedorismo dá oportunidade àquele empreendedor que está lá na periferia, que tem uma produção maravilhosa, faz trabalhos belíssimos, mas não tem oportunidade tanto de divulgar quanto de escoar sua produção. Então esse é um cunho social da feira".

VEJA MAIS

image Com sustentabilidade, brechós e bazares de moda movimentam economia paraense
É possível encontrar peças com boa qualidade nos espaços, com até 80% de desconto em relação às grandes marcas

image Com 90% dos consumidores querendo comprar presentes, lojistas se preparam para Dia das Mães
Investimento nas redes sociais e na ampliação de canais de vendas são algumas apostas

image Imigrantes buscam o caminho do empreendedorismo no Pará
Muitas vezes, eles não consegue acessar o mercado formal de trabalho e optam por trabalhar para si mesmos

image George Marques, artista plástico, pela primeira vez na Feira de Empreendedores LGBTQIA+, em Belém. (Cristino Martins / O Liberal)

Quem concorda com essa visão é o artista plástico George Marques. Ele já trabalha com pintura em telas e tecidos há mais de 30 anos e conta que, muitas vezes, artistas paraenses são mais valorizado fora do que dentro do estado. "Tem que batalhar muito para sobreviver com esse trabalho. Eu já fiz várias exposições em Belém e fora de Belém, morei fora há algum tempo, montei minha grife, e agora estou em Belém. Mas é um ofício muito difícil, você tem que amar muito o que faz para não desistir, ainda mais em um lugar como Belém, onde faltam galerias e espaços de qualidade para nosso tipo de trabalho".

O casal João Gomes e Maria Luiza, ambos aposentados, de 74 anos de idade, aproveitaram a manhã de sábado para visitar a feira e fazer compras. João Gomes avalia positivamente a existência de espaços como esse: "Eu sempre gosto de prestigiar qualquer coisa que seja do bem. Eu sou sempre antenado sobre as coisas e fiquei sabendo da feira. Achei uma grande ideia, principalmente por apoiar pessoas LGBT. Tem que prestigiar essas pessoas, porque muita gente na sociedade ainda finge que não vê".

image João Gomes e Maria Luiza, aposentados, aproveitaram o dia para passear e fazer compras na feira. (Cristino Martins / O Liberal)

Projetos sociais de acolhimento também têm espaço na feira

Estreando um estande de venda de artigos variados na feira estavam os organizadores do projeto Família Hope, que promove acolhimento e ações voltadas para pessoas transexuais de Belém, da qual a cabeleireira Michele Costa, de 42 anos, faz parte. Ela conta como funciona o projeto.

"A Família Hope é uma ONG de acolhimento e direcionamento para a população trans, que é muito marginalizada e sofre muito preconceito na sociedade. A ONG tem apenas um ano, então a gente faz encontros em praças e lugares cedidos pela prefeitura e, frequentemente, a gente busca oferecer serviços psicológicos. As pessoas geralmente vêm até nós por meio das redes sociais, contando suas vivências, suas dores, e a gente dá uma direção para essas pessoas".

image ONG de acolhimento a pessoas transexuais em Belém está pela primeira vez na feira e divulga ação social. (Cristino Martins / O Liberal)

O projeto é encabeçado por uma família cujo fundador é um adolescente trans de 16 anos chamado Lucas. A mãe, a cabeleireira Luciana de Almeida, conta que o grupo já apoia cerca de mil pessoas e promove, no próximo dia 17, um evento com serviços direcionados a essa comunidade.

"A gente vai realizar no próximo dia 17 de maio uma ação social pelo Dia Internacional de Combate à LGBTfobia. Vamos estar realizando diversas ações e serviços sociais voltadas para esse público. A nossa missão é acolher pessoas trans de todas as faixas etárias. Nós trabalhamos com grupos de jovens, de adultos, homens e mulheres trans, dando apoio e acolhimento", comenta.

A ação da Família Home irá oferecer serviços gratuitos, como: atendimento psicológico, vacinação e testagem de ISTs, emissão de carteira de identidade, além da realização de palestras e programações culturais. O evento ocorre no dia 17 de maio, das 9h às 16h, nos altos do Mercado Municipal de Carne Francisco Bolonha, no bairro da Campina, em Belém.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM