Novo estudo aponta nova idade para o fim da adolescência; saiba qual é

Uma nova pesquisa conduzida por neurocientistas britânicos está mudando a forma como entendemos a adolescência. Segundo os cientistas, o processo de amadurecimento cerebral se estende muito além do que se imaginava: a adolescência terminaria somente aos 32 anos.

A conclusão surge após a análise de milhares de exames cerebrais, que revelam que mudanças profundas no cérebro continuam ocorrendo até o início da terceira década de vida. Saiba mais como foi feito o estudo e como ele chegou a essa conclusão.

Adolescência cerebral vai até os 32 anos, aponta pesquisa

O estudo britânico, que analisou exames de ressonância magnética de quase 4 mil pessoas de diferentes idades, indica que o processo de amadurecimento do cérebro ocorre de forma mais lenta e prolongada do que se pensava. Até agora, acreditava-se que a adolescência terminava por volta dos 18 anos.

A pesquisa identificou cinco estágios distintos ao longo da vida cerebral: infância, adolescência, vida adulta, envelhecimento inicial e envelhecimento avançado. O estudo aponta que, enquanto a adolescência começa por volta dos 9 anos, ela se estende muito mais, sendo marcada por mudanças intensas até os 32 anos.

VEJA MAIS

O que acontece no cérebro até os 32 anos?

Durante a adolescência, o cérebro passa por um processo complexo de reorganização, com o desenvolvimento de conexões neuronais mais eficientes. Essa fase de maturação é crucial para o aprimoramento das habilidades cognitivas, como o raciocínio abstrato, o controle de impulsos e a gestão das emoções. De acordo com os pesquisadores, essas transformações continuam ao longo dos 20 e poucos anos, até alcançar a plena estabilidade por volta dos 32 anos.

Este longo período de transformação não apenas altera o comportamento e a personalidade dos indivíduos, mas também impacta decisões importantes, como escolhas de carreira, relacionamentos e responsabilidades sociais.

Essa redefinição das fases do desenvolvimento cerebral tem implicações amplas para a sociedade. Para especialistas em saúde mental, entender que o cérebro continua em desenvolvimento até os 30 anos pode abrir novas perspectivas para o tratamento de transtornos psicológicos, que frequentemente começam a afetar indivíduos em transição da juventude para a vida adulta.

Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web de OLiberal.com.