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Golpes na Black Friday: saiba identificar e se proteger de fraudes e o que fazer se for vítima

Práticas abusivas e esquemas criminosos crescem durante o período promocional; veja como evitar e o que fazer se for vítima em compras físicas ou digitais

O Liberal

A Black Friday, data de promoções que movimenta o comércio físico e digital durante o mês de novembro. Com a data oficial marcada para 28, a última sexta-feira do mês, também aumenta o número de golpes e práticas abusivas que visam consumidores.

Para se proteger, não basta apenas desconfiar de links suspeitos. É fundamental compreender a estrutura das fraudes, conhecer o respaldo legal disponível, entender o processo de contestação e aplicar medidas práticas e jurídicas para reduzir riscos durante o período.

Fraudes comuns na Black Friday

Um dos esquemas mais conhecidos é a “Black Fraude”, quando comerciantes aumentam o preço dias antes da promoção para simular um grande desconto. Sem o acompanhamento do histórico, o consumidor corre o risco de pagar o mesmo valor, ou até mais, que em períodos normais.

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Lojas também podem divulgar produtos com preços muito baixos, mas, no momento do pagamento, alegam falta de estoque e oferecem outra opção mais cara. Promoções que parecem “boas demais” merecem desconfiança. Outro golpe frequente envolve fretes exorbitantes, que podem anular qualquer economia anunciada, exigindo verificação do valor total da compra antes do pagamento.

A troca de preço na finalização da compra é outro relato comum. Conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), tanto em lojas online quanto físicas, deve prevalecer o menor preço exibido.

Golpes digitais se intensificam. Sites falsos, enviados por links em e-mails, SMS e redes sociais, podem roubar dados pessoais ou instalar vírus. Há também perfis falsos que replicam o visual de marcas famosas. Verificadores de confiabilidade de plataformas como o Reclame Aqui ajudam a identificar páginas seguras.

Nos meios de pagamento, criminosos adulteram boletos ou enviam QR codes modificados para transferências via Pix. Em lojas físicas, há registros de troca de cartões por versões falsas e uso de maquininhas adulteradas que cobram valores superiores.

Mesmo em marketplaces conhecidos, vendedores mal-intencionados podem oferecer produtos falsificados ou solicitar pagamento por fora da plataforma, uma das principais formas de golpe.

Como evitar golpes na Black Friday

As orientações do especialista em Direito Digital Antonio Carlos Marques Fernandes ajudam a reduzir riscos e identificar sinais de alerta antes da compra. Veja como se proteger:

  • Acompanhe preços e desconfie de descontos “milagrosos”: Usar sites e extensões de histórico de preços é essencial para saber se o desconto é real. Maquiagem de valores configura publicidade enganosa, e o consumidor pode exigir o cumprimento da oferta.
  • Cheque as informações essenciais da oferta: O CDC obriga os fornecedores a informar preço final, características do produto, condições de pagamento, prazo de entrega e política de troca. Anúncios incompletos violam a transparência.
  • Verifique a segurança do site: Antes de inserir dados pessoais ou bancários, confirme se o endereço começa com https e apresenta o cadeado de segurança no navegador. A ausência desses itens indica risco de interceptação de dados.
  • Pesquise a reputação da loja: Consulte plataformas como Procon, Reclame Aqui e avaliações de outros consumidores. Lojas com elevado número de queixas tendem a apresentar problemas de entrega, garantia e pós-venda.
  • Guarde todas as provas da oferta: Prints da página, do valor, das condições de entrega e do comprovante de pagamento ajudam a garantir o cumprimento da oferta. Toda publicidade vincula o fornecedor.
  • Analise frete, prazo de entrega e direito de arrependimento: Em compras online, o consumidor tem 7 dias para desistir após o recebimento, independentemente de justificativa. Fretes muito altos ou prazos exagerados podem mascarar o preço real.
  • Cheque se o fornecedor informa CNPJ e dados de contato: Sites sérios exibem razão social, endereço físico, política de privacidade e canais de atendimento. A falta dessas informações é um alerta importante.
  • Evite links recebidos por mensagens: Golpistas simulam páginas de lojas famosas e enviam links por WhatsApp, SMS e redes sociais. O ideal é acessar o site digitando o endereço diretamente no navegador.
  • Use meios de pagamento mais seguros: Priorize cartão virtual, carteiras digitais e intermediadores de pagamento, que oferecem proteção antifraude. Boletos de empresas desconhecidas devem ser evitados, por serem o método mais usado em golpes.

Fui vítima de golpe: o que fazer?

Se o golpe acontecer, a orientação do advogado criminalista Guilherme Augusto Mota é agir rápido. Veja os passos essenciais:

  • O primeiro passo é registrar um Boletim de Ocorrência, detalhando todos os dados da compra.
  • O consumidor também deve avisar imediatamente o banco ou a instituição de pagamento, que pode bloquear ou rastrear a transação.
  • Outra medida é registrar uma reclamação nos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, que atuam na mediação e ajudam a identificar fornecedores com práticas reincidentes.
  • "Persistindo o problema, é possível recorrer ao Judiciário para buscar a devolução dos valores pagos e, em alguns casos, a indenização pelos prejuízos sofridos", explica o especialista.