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Fazer sexo pode ajudar o corpo a cicatrizar mais rápido, aponta novo estudo; entenda como

Pesquisa mostra que intimidade física e elogios podem acelerar a cicatrização ao reduzir o estresse e estimular a ocitocina

Hannah Franco

Um novo estudo publicado no JAMA Psychiatry despertou atenção ao sugerir que a intimidade física e emocional, incluindo relações sexuais ou até simples trocas de elogios, pode contribuir para uma cicatrização mais rápida de pequenas lesões na pele. A pesquisa indica que interações afetuosas podem influenciar o sistema imunológico, mas os mecanismos por trás desse fenômeno ainda não estão completamente esclarecidos.

Segundo os autores, o efeito estaria ligado à ocitocina, o chamado “hormônio do amor”, substância liberada durante momentos de conexão emocional, como relações amorosas e vínculos entre pais e filhos. O estudo reforça observações já feitas por pesquisas anteriores, que associam relacionamentos afetivos estáveis à melhora da saúde física e a menores índices de mortalidade.

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Estudo investigou a ação da ocitocina na cicatrização

Para entender se a ocitocina influencia diretamente na capacidade do corpo de se recuperar, os pesquisadores reuniram 80 casais heterossexuais e aplicaram pequenas bolhas dermatológicas nos antebraços de cada participante. Os casais foram divididos em quatro grupos:

um grupo recebeu spray nasal de ocitocina e participou de uma tarefa afetiva chamada TAP (Tarefa de Apreciação do Parceiro), que consiste em troca de elogios e mensagens positivas;

  • outro grupo também fez o TAP, mas recebeu placebo;
  • um terceiro grupo recebeu ocitocina, mas não fez a tarefa afetiva;
  • o último recebeu placebo e não participou da atividade.

Os pesquisadores observaram que a ocitocina isolada não acelerou a cicatrização das lesões. Porém, quando combinada com a interação afetiva, houve recuperação mais rápida.

Atividade sexual intensificou o efeito, dizem os autores

O estudo identificou que casais que receberam ocitocina e relataram ter mantido relações sexuais durante o período da pesquisa apresentaram uma cicatrização ainda maior. Segundo os autores, "uma maior atividade sexual diária no grupo da ocitocina previu uma melhor cicatrização de feridas".

Além disso, análises da saliva dos participantes mostraram que aqueles que tiveram mais relações sexuais apresentaram níveis menores de cortisol, o hormônio do estresse, um fator que pode influenciar a resposta imunológica.

Os cientistas sugerem que a combinação entre redução do estresse, liberação de ocitocina e interação afetiva pode favorecer o processo de recuperação.

Ocitocina pode potencializar efeitos da intimidade, aponta estudo

Os autores destacam que a ocitocina, por si só, não demonstrou efeito direto sobre a cicatrização. No entanto, ela pareceu ampliar os benefícios já conhecidos do contato físico e da intimidade emocional.

Os pesquisadores afirmam que os resultados ajudam a entender melhor como vínculos afetivos podem influenciar a saúde, mas reforçam que mais estudos são necessários para confirmar o comportamento da ocitocina em outros cenários clínicos.