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Conheça o motivo de pegar choque ao encostar em outras pessoas ou objetos

A ciência ajuda a explicar o fenômeno que pode ser mais comum do que se imagina

Rafael Lédo

É provável que algumas pessoas compartilhem da experiência de sentir um leve choque ao encostar numa pessoa ou em algum objeto. Num nível menor, acontece, também, de os pelos do braço ficarem arrepiados quando estão próximos de outros materiais. Estas situações podem ser facilmente explicadas pela Ciência

A Física ensina que nestes casos, a eletricidade estática é a principal causadora dos "acidentes", que não chegam a provocar reações sérias. O acúmulo deste tipo de energia pode ser no próprio corpo humano ou nas roupas que usamos e causa, no máximo, um susto.

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Como a energia estática é liberada?

Quando um objeto ou uma parte do corpo humano está carregada com energia estática, basta tocar em outro material que tenha a diferença de carga. Assim, a energia é toda liberada. Se a pessoa estiver atenta, é possível até ouvir uns estalos no momento da transferência.

O diretor do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB), Olavo Leopoldino, explicou em entrevista ao Metrópoles: "O que chamamos de choque é, na verdade, a descarga dessa diferença de potencial elétrico entre dois corpos.  Quando essa diferença é grande o suficiente, o ar, que normalmente isola as cargas, deixa de ser um bom isolante e permite a passagem da corrente".

Da mesma forma, mas numa escala maior, acontece com os raios no céu, em que o processo mais comum para gerar as descargas é o atrito. Algumas situações podem reproduzir o fenômeno:

  • Riscar a caneta no cabelo e depois colocar perto dos pelos do braço;
  • Andar com sapatos sobre um carpete sintético;
  • Esfregar roupas ou lençóis de tecidos diferentes;
  • Abrir e fechar as portas do carro.

Nestas situações, haverá o acúmulo de eletricidade e que, de alguma forma, será liberada.

O que pode aumentar o acúmulo de energia estática?

No Brasil, há algumas regiões que enfrentam o ar seco por conta da baixa umidade. Este pode ser um fator determinante para que acontecer o acúmulo. "Quando o ar está sexo, ele mantém as cargas isoladas por mais tempo. Já o ar úmido tem mais íons, que ajudam a neutralizar essas cargas, diminuindo as chances de levar um choque", explica o professor de Física na Academia das Específicas, em Brasília, Thales Quirino.

Apesar de se tratar de eletricidade, ela é inofensiva para o ser humano, já que a quantidade de carga é tão pequena. O diretor do IF da UnB faz uma comparação: "É como as fagulhas de um maçarico: têm alta temperatura, mas pouca energia total, então não causam grandes danos".

Como não acumular energia estática?

Caso os leves choques incomodem por causa da frequência ou outro motivo, é possível adotar algumas medidas para evitar que o fenômeno aconteça:

  • Mantenha o ambiente úmido;
  • Evite roupas totalmente sintéticas (poliéster, poliamida e elastano);
  • Hidrate a pele;
  • Use calçados com solas não condutoras, como a borracha

Deixar o ambiente com umidade suficiente para dissipar a energia está é saudável até mesmo para os pets, já que cães e gatos também sentem as descargas quando estão sendo acariciados.

Energia estática é uma vilã?

Em alguns casos, é preciso evitar entrar em contato com a energia estática. Por conta disso, parte das indústrias possuem materiais antiestáticos, ionizadores e aterramento para não correr risco. Uma situação em que esta eletricidade pode causar problemas sérios, é em caminhões-tanque. Por causa disso, eles possuem uma corrente metálica que é feita para ficar em atrito com o chão. Assim, eles conseguem liberar a carga que estava sendo acumulada durante a viagem com o atrito com o ar.

Por outro lado, a energia estática pode ser utilizada a favor, como acontece nas impressoras eletrostáticas, borrifadores que fixam melhor as tintas e os desinfetante. Algumas telas que são sensíveis ao toque (touch screen) também se valem do princípio físico.

Quirino finaliza: "Quando entendemos um fenômeno físico, conseguimos encontrar inúmeras formas de aproveitá-lo".

(Escrito por Rafael Lédo, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Luciana Carvalho, editora web de Oliberal.com)