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WhatsApp passa a exibir anúncios e lança assinaturas pagas pela primeira vez

A exibição global começa nesta segunda-feira (16), mas o novo formato será implementado gradualmente

Thaline Silva

Pela primeira vez desde sua criação, o WhatsApp vai exibir anúncios e oferecer planos pagos com conteúdo exclusivo. A mudança marca uma nova fase no modelo de negócios do aplicativo de mensagens mais usado do mundo, comprado pela Meta em 2014 por US$ 19 bilhões.

Os anúncios serão exibidos na aba “Atualizações”, onde ficam os Status (equivalentes aos Stories) e os Canais — área separada da caixa de entrada e das conversas privadas. Segundo a Meta, essa seção recebe 1,5 bilhão de visitas por dia. Os anúncios não aparecerão em chats pessoais nem em grupos.

Além disso, empresas e criadores de conteúdo que administram Canais poderão pagar para ter mais destaque na aba de Atualizações, ganhando visibilidade. Também será possível vender assinaturas para seguidores, com conteúdos exclusivos. Inicialmente, a Meta não cobrará comissão, mas pretende reter 10% das vendas no futuro, informou Alice Newton Rex, vice-presidente de produto do WhatsApp.

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A mudança faz parte da estratégia da Meta para diversificar suas fontes de receita, enquanto investe pesado em inteligência artificial. Em 2024, a empresa anunciou um aporte de US$ 14,3 bilhões por uma participação de 49% na Scale AI, startup especializada em rotulagem de dados para IA. Os recursos também estão sendo aplicados em melhorias nos modelos de linguagem usados nos produtos da empresa.

A monetização do WhatsApp sempre foi um desafio para a Meta, que evitava inserir publicidade diretamente nas mensagens por causa da promessa de manter a privacidade dos usuários — as conversas são protegidas com criptografia de ponta a ponta. Os cofundadores da plataforma, Jan Koum e Brian Acton, chegaram a afirmar publicamente que nunca haveria anúncios no app, antes de deixarem a empresa.

No entanto, o WhatsApp já vinha sendo integrado ao modelo de negócios da Meta por meio de ferramentas voltadas a pequenas empresas, como pagamentos digitais, catálogos de produtos e mensagens comerciais. A empresa também lucra com anúncios no Facebook e Instagram que direcionam consumidores para o WhatsApp.

Agora, com os novos formatos de publicidade, o WhatsApp permitirá uma segmentação mais ampla dos anúncios, com base em critérios como localização, idioma e os Canais seguidos por cada usuário. Dados do Facebook ou Instagram só serão usados se as contas forem conectadas voluntariamente.

“Não vamos interromper as mensagens pessoais com anúncios”, garantiu Newton Rex. “Se você quiser usar o WhatsApp apenas para conversar ou fazer chamadas, não verá anúncios.”

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

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