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O que é 'behind the meter'? Entenda solução que reduz custos de energia no Pará

Modelo integra geração solar e baterias no próprio ponto de consumo e pode ampliar autonomia energética para empresas e residências

Hannah Franco

Com tarifas de uso da rede elétrica entre as mais altas do país — alcançando até R$ 2,7 mil/MWh no horário de pico — e com relatos de instabilidade no fornecimento, empresas no Pará buscam alternativas para reduzir despesas e garantir maior segurança energética. Entre as soluções que ganham espaço está o modelo conhecido como behind the meter, que integra geração solar e sistemas de armazenamento em baterias diretamente no ponto de consumo.

A tecnologia permite que a energia gerada ou armazenada seja utilizada antes de chegar ao medidor da distribuidora. Dessa forma, o consumidor reduz a dependência da rede pública e consegue previsibilidade de gastos, com potencial de redução de até 30% na conta de energia, dependendo do perfil de consumo e da configuração adotada.

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Como funciona o modelo behind the meter

O termo “behind the meter” (BTM), traduzido como “atrás do medidor”, se refere a sistemas instalados no lado do consumidor — e não na rede elétrica da concessionária. Nesse modelo, a energia produzida localmente, seja por painéis solares, baterias ou microrredes, é consumida de forma imediata pelo próprio usuário.

A operação contrasta com o modelo “front of the meter”, no qual a geração ocorre após o medidor, já integrada à rede pública.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a tarifa média no Pará é de R$ 0,978 por kWh, sem considerar tributos como ICMS, PIS/Pasep, Cofins, taxa de iluminação pública e bandeiras tarifárias. Em agosto de 2025, os reajustes foram de 3,57% para baixa tensão e 4,50% para alta tensão.

Exemplos de sistemas behind the meter

Algumas aplicações comuns incluem:

Painéis solares residenciais: a energia produzida é usada diretamente na casa, reduzindo o consumo da rede.

Baterias de armazenamento: permitem guardar energia em horários de menor demanda e utilizá-la quando o custo da eletricidade está mais alto.

Geradores e microrredes: garantem operação independente durante falhas ou picos de demanda.

O Pará possui alto índice de irradiação solar por estar próximo à Linha do Equador, o que torna o estado um ambiente favorável para projetos de geração fotovoltaica e armazenamento. Esse cenário amplia a viabilidade de estratégias como o load shifting — deslocamento do consumo para horários mais baratos por meio do uso de baterias.

Além da economia, o armazenamento funciona como um sistema de apoio, capaz de manter operações mesmo em momentos de queda na rede elétrica. Isso reduz vulnerabilidade operacional, especialmente em regiões com infraestrutura limitada.

Armazenamento se torna mais acessível

O custo das baterias caiu cerca de 90% desde 2010. Com a aprovação da MP 1.304, que trata de regras para o setor de energia, a expectativa é de que projetos de armazenamento se tornem ainda mais competitivos no país.

No mercado, empresas que atuam com transição energética vêm oferecendo modelos de prestação de serviço, em que o investimento inicial em usinas solares e baterias é assumido pela fornecedora, enquanto o consumidor paga apenas após o início da operação. Segundo especialistas do setor, esse formato reduz riscos financeiros e facilita a adoção das tecnologias por indústrias, comércios e condomínios.