MENU

BUSCA

Usar maconha pode dobrar o risco de morte por doenças cardíacas, aponta estudo

Nova análise de dados com 200 milhões de pessoas revelou aumento nos riscos de infarto, AVC e outras complicações cardiovasculares entre usuários frequentes da substância

Hannah Franco | Especial em O Liberal

Um estudo publicado nesta semana na revista científica Journal of the American Heart Association acendeu um alerta sobre os perigos do uso frequente da maconha para a saúde do coração. De acordo com a pesquisa, o consumo regular da substância  pode dobrar o risco de morte por doenças cardiovasculares.

A análise combinou dados médicos de aproximadamente 200 milhões de pessoas, com idades entre 19 e 59 anos, e apontou que usuários de cannabis têm 29% mais risco de sofrer infarto e 20% mais risco de acidente vascular cerebral (AVC) em comparação com quem nunca usou a substância.

VEJA MAIS

'Futconha': torneio com premiação em maconha é interrompido pela polícia em Manaus
Competição amadora reunia times com nomes que faziam referência à droga. Premiação incluía porções de maconha e bebidas alcoólicas

STF mantém descriminalização do porte de maconha para uso pessoal
Quantia de 40 gramas diferencia usuários de traficantes da droga

O que chamou a atenção dos cientistas é que muitos dos pacientes com complicações cardíacas eram jovens e sem histórico prévio de doenças cardiovasculares ou fatores de risco. As informações são da CNN.

“internados com esses distúrbios eram jovens (e, portanto, pouco propensos a apresentar essas características clínicas devido ao tabagismo) e sem histórico de doenças cardiovasculares ou fatores de risco cardiovascular”, destacou Émilie Jouanjus, professora associada de farmacologia da Universidade de Toulouse, na França.

“Natural” significa seguro?

Segundo os pesquisadores, a ideia de que a maconha é “mais segura” por ser uma planta natural não é verdadeira. "Quando você queima algo, seja tabaco ou cannabis, isso cria compostos tóxicos, carcinógenos e material particulado que são prejudiciais à saúde", afirmou Beth Cohen, professora de medicina da Universidade da Califórnia.

Outros métodos de consumo, como comestíveis com THC (tetraidrocanabinol), também foram analisados em um estudo paralelo, publicado em maio de 2025. Os resultados mostraram que a função vascular foi reduzida em 42% entre fumantes de maconha e em 56% entre os consumidores de comestíveis, em comparação com não usuários.

Pessoas com fatores de risco

Para quem já possui problemas cardíacos ou fatores de risco, como pressão alta, diabetes ou histórico familiar de doenças cardiovasculares, o uso da maconha deve ser avaliado com ainda mais cuidado.

“Se eu fosse uma pessoa de 60 anos com algum risco de doença cardíaca, eu teria muita cautela ao usar cannabis”, alertou o médico Dr. Silver, um dos especialistas ouvidos no estudo. Já vi pessoas mais velhas usando cannabis para dor ou para dormir, algumas das quais com risco cardiovascular significativo, ou que já tiveram derrames, infartos ou angina — e elas não têm consciência de que isso pode estar aumentando ainda mais seu risco.”