Vereadores de Belém falam sobre obrigatoriedade do uso de máscara: ‘virou mordaça’

Belém é a única capital brasileira onde ainda é obrigatório o uso de máscaras em ambientes fechados e abertos. Decisão divide opiniões na Câmara

Keila Ferreira

A decisão da Prefeitura de Belém de manter obrigatório o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 em locais abertos e fechados foi um dos assuntos levados hoje à tribuna da Câmara Municipal de Belém. Vereadores têm opiniões diferentes sobre o tema.

O primeiro a abordar o assunto foi o vereador Josias Higino (Patriota). Para ele, as três esferas de governo (federal, estadual e municipal), demonstraram boa atuação durante a pandemia. Porém, Higino observou que a capital paraense é, atualmente, a única capital do Brasil em que a população ainda é obrigada a usar máscara nas ruas, em lugares abertos. “Governo Federal publica portaria que desobriga uso de máscara, governo do Pará torna o uso de máscara em lugares abertos opcional. Defensoria Píblica recomenda a Belém que desobrigue o uso de máscara na capital...” observou.

VEJA MAIS

image Máscaras em Belém: Edmilson rebate Defensoria e pede que deixem a Prefeitura trabalhar
Reunião deve ocorrer ainda nesta semana para novamente deliberar sobre Belém manter ou não o uso de máscaras ao menos em ambientes abertos

image Belém é a única capital onde ainda é obrigatório o uso de máscaras em ambientes abertos e fechados
A Prefeitura de Belém, por meio da Sesma, informa que segue mantendo a obrigatoriedade do uso de máscaras na capital, como medida de prevenção à covid-19

Ele lembrou ainda que Belém anunciou que deixaria de publicar o boletim diário de dados sobre a pandemia de covid-19 na capital, porque a taxa de ocupação de leitos exclusivos para a doença estava zerada há dez dias. “Só para você ver que as coisas estão bem leves. Se você for lá no Guamá, na feira do Guamá, 90% das pessoas não usam máscara, na Terra Firme, 90% das pessoas estão sem máscara. A Sesma (Secretaria Municipal de Saúde) tem que rever esse momento que nó estamos vivendo. Sentimos que as coisas estão bem encaminhadas, estão caminhando para o fortalecimento de sairmos dessa pandemia e nós precisamos de uma resposta do prefeito e do secretário”, avalia.

“Não estamos dizendo que o secretário de saúde não tem competência. O que nós queremos dizer é que eu creio que chegou o momento, chegou a hora de flexibilizar, chegou a hora de deixar de se tornar obrigatório o uso de máscara em lugares abertos e se tornar opcional. As pessoas usam na rua se quiserem, mas não como algo obrigatório”, completou Higino.

Já a enfermeira Nazaré Lima (PSOL) defendeu a decisão da Prefeitura. “Até hoje, no Japão, as máscaras são utilizadas de uma forma inconteste pela proteção que elas causam, não somente pela covid-19”, declarou a vereadora, afirmando que “não se peca pelo excesso”.

Para ela, ainda existe o risco de um novo pico da doença. “Então, prevenir é o ‘X’ da questão.

No entanto, Matheus Cavalcante (Cidadania) criticou a decisão do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues. “Somos a única capital entre todas as capitais do país onde o uso de máscara ainda é obrigatório em locais públicos. O que a gente está vendo é um verdadeiro desrespeito aos nossos direitos individuais, onde o prefeito cria uma obrigatoriedade ao uso da mordaça. Isso já virou mordaça. Em inúmeros outros locais do país, em lugares públicos, não é obrigatório que a gente use máscara”. declarou.

O parlamentar também apontou alguns problemas envolvendo a saúde pública no município de Belém, que para ele está precária, e afirmou que “inúmeras instituições” se pronunciaram sobre a obrigatoriedade das máscaras. “Mas o que a gente está vendo é que a ideologia do prefeito, por meras vaidades políticas, não está possibilitando que as pessoas tenham a sua individualidade respeitada”, afirmou.

Na semana passada, a Defensoria Pública do Estado do Pará recomendou que a prefeitura desobrigue o uso de máscaras em locais públicos. Ao comentar o assunto, Edmilson Rodrigues declarou que a Defensoria ultrapassou limites institucionais e pediu que o órgão deixasse "a prefeitura trabalhar".  Segundo ele, nesta semana, haverá uma nova reunião para tratar do assunto.

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Política
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM POLÍTICA

MAIS LIDAS EM POLÍTICA