STF vai julgar ação que proíbe perguntas sobre a vida íntima de vítima de violência sexual
PGR pede que questionamentos sobre a vida sexual das vítimas implique em penalidades para juízes

Um pedido da Procuradoria-geral da República (PGR) para proibir a prática de questionamentos sobre a vida íntima de vítimas durante a investigação e o julgamento de crimes sexuais pode ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (7).
A ação é o primeiro item da pauta da sessão e tem como relatora a ministra Cármen Lúcia. A PGR argumenta no pedido que a prática de desqualificação, por meio da exposição de detalhes da vida das vítimas, é inconstitucional e deve ser invalidada por ir ao encontro à ideia de que algumas mulheres não merecem proteção pela violência sofrida.
De acordo com a PGR, a conduta vai contra os princípios constitucionais da dignidade humana, da liberdade sexual, da igualdade de gênero e do devido processo legal.
“Em ambiente que haveria de ser de acolhimento, a mulher vítima de violência passa a ser, ela própria, julgada em sua moral e seu modo de vida, na tentativa da defesa de justificar a conduta do agressor, e sem a reprimenda proporcional pelo Estado”, argumenta.
De acordo com a PGR, há omissão do poder público nesses casos e o único elemento a ser considerado na investigação de crimes sexuais é o consentimento da vítima.
A ação pede que os envolvidos e os advogados dos casos sejam proibidos de mencionarem relações sexuais e modo de vida da vítima, e que os juízes sejam obrigados a combater a prática. Caso contrário, a PGR defende que os magistrados devem sofrer penalidades.
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