Policial Federal suspeito de ajudar em fraude no INSS é flagrado com US$ 200 mil
Dinheiro foi apreendido após mandato e será analisado

O agente da Polícia Federal (PF) Philipe Roters Coutinho foi flagrado com US$ 200 mil em espécie, que equivalente a R$ 1,1 milhão, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão contra ele na operação que apura fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Roters é suspeito pelas investigações como servidor da PF que teria ajudado no esquema bilionário. Ele foi afastado do cargo por determinação judicial.
Segundo o relatório da PF, os investigadores suspeitam que o policial tenha envolvimento com os empresários beneficiados pelo dinheiro descontado de forma indevida de aposentados e pensionistas desde 2019. O dinheiro apreendido começou a ser analisado para averiguar a origem.
Flagrado em aeroporto
Roters é agente da Polícia Federal lotado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. O relatório também apontou que o policial deu carona para investigados do caso em novembro do ano passado.
Nas imagens, Virgilio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, da Procuradoria Federal Especializada do INSS, e o empresário Danilo Berndt Trento, chegam ao aeroporto e encontram o policial federal na área de embarque. Após se cumprimentarem, Philipe conduz ambos para saírem pela porta de acesso ao desembarque remoto.
“Destaca-se que a área de embarque e desembarque remoto é de circulação restrita, acessível apenas para quem embarca ou desembarca via ônibus ou para quem presta serviço dentro do aeroporto, com a devida autorização legal. Não obstante isso, observa-se que PHILIPE ROTERS conduz VIRGILIO e DANILO TRENTO por toda a área restrita”, diz a PF.
As imagens do relatório da PF também mostram que “os indigitados embarcam em viatura ostensiva da Polícia Federal, para uso exclusivo em serviço por policiais federais”.
A carona foi em direção ao embarque de aviões privados. Após dez minutos, o avião decola.
“Sobre o agente de Polícia Federal PHILIPE ROTERS COUTINHO, além da ilegalidade da conduta acima apresentada, possui, assim como diversos investigados, movimentações em viagens com perfil de compra atípico, consubstanciadas em deslocamentos com compra de passagens ‘em cima da hora’ e voos ‘bate/volta’, principalmente para Brasília”, diz a PF.
No caso específico do agente, a Polícia Federal pediu busca e apreensão contra ele para “esclarecer sua participação”. Na última semana, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que a medida contra o agente mostra uma investigação técnica e não se furta em “cortar na própria carne”.
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA