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Secretário escolhido por Igor Normando já foi investigado por formação de quadrilha

Futuro titular da pasta de desenvolvimento econômico do prefeito eleito de Belém também foi acusado de crime ambiental e preso em operação da Polícia Federal

O Liberal

A escolha do secretariado de Belém para o próximo ano tem gerado insatisfação entre os belenenses, principalmente a quem acompanha a política da capital paraense e sabe que os nomes anunciados pelo prefeito eleito Igor Normando (MDB) não são técnicos, em sua maioria. Uma das polêmicas da sua equipe envolve o futuro secretário de desenvolvimento econômico, André Cunha, do PSB, o mesmo partido, aliás, do vice-prefeito eleito, Cássio Andrade

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Em 2011, ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por formação de quadrilha e crime ambiental por vender peixes exóticos. Segundo a denúncia, o grupo era formado por oito pessoas que transportavam e comercializavam espécimes provenientes de pesca proibida, sem os documentos necessários ou autorizações de órgãos ambientais.

De acordo com a Polícia Federal, a quadrilha integrada por André Cunha tinha núcleos específicos para a venda ilegal de peixes ornamentais do Pará. No inquérito consta, por exemplo, que havia "dois núcleos bem determinados que atuavam em conjunto no intuito de exportar os peixes", diz um trecho do inquérito policial federal.

"O primeiro núcleo era formado por responsáveis pela aquisição dos peixes nos diversos municípios da região (oeste do Pará) e o seu transporte até à residência em Santarém. Já o segundo núcleo, formado por outros indivíduos suspeitos, eram destinatários finais desses animais e era o que efetivamente financiava o esquema criminoso", aponta o inquérito.

Financiador dos atos ilícitos para o exterior

A participação de André Cunha tem destaque na investigação da PF. "André Luiz, da mesma forma, exercia dentro das atividades da quadrilha papel fundamental, pois era o responsável pelo envio final dos peixes ao exterior. Ele detinha o domínio funcional de suas atividades e juntamente com outros indivíduos compunha o núcleo financiador de todas as atividades ilícitas executadas por outros suspeitos", frisa a PF.  

A Polícia Federal (PF) chegou a André Cunha, na época, após a delação dos primeiros presos. Ele, empresário que possuía uma loja de aquário e uma empresa que exportava peixes ornamentais, foi preso em um hotel de Santarém, onde dividia quarto com dois dos outros denunciados pelo MPF. 

Embora tenha negado envolvimento, o futuro secretário de desenvolvimento econômico de Belém confirmou que um dos acusados já havia intermediado exportações em sua empresa. O Ministério disse, na denúncia, que, além de participar do esquema, André era um dos financiadores da organização criminosa.

Atualização

Em nota enviada à redação de O LIBERAL, André Cunha informa que, em 2019, foi absolvido da acusação de exportação de peixes amazônicos. Na decisão da 1ª Vara de Santarém, o juiz do caso diz: “Quanto a acusação que recai sobre André Luiz, constato não ter sido demonstrado qualquer vínculo entre ele e os denunciados que estavam no comando do grupo. Não há nos autos prova indicado que ele contribuiu, ainda que indiretamente, para o comércio e transporte dos animais”.

Na decisão também consta: “absolver Andre Luiz Barbosa da Cunha da acusação de ter incorrido no mesmo delito, uma vez que após a instrução, não restou demonstrada prova de sua autoria”.

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