Quem é Marcos do Val, senador alvo de medidas cautelares por descumprir decisão de Moraes
Senador descumpre ordem do STF, viaja aos EUA com passaporte diplomático e é alvo de novas medidas cautelares ao retornar ao Brasil.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) viajou aos Estados Unidos mesmo sem autorização judicial para deixar o País, descumprindo decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao desembarcar no Brasil na manhã desta segunda-feira (4), o parlamentar foi alvo de medidas cautelares determinadas pela Polícia Federal, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Do Val afirma ter comunicado oficialmente os órgãos competentes sobre a viagem, mas diz que recebeu resposta apenas quando já estava fora do Brasil. Segundo ele, o objetivo era apenas visitar um parque temático com a filha, sem intenção de fugir da Justiça. Apesar de ter o passaporte apreendido por decisão do STF, ele utilizou um passaporte diplomático para realizar a viagem.
VEJA MAIS
O senador é investigado em diferentes inquéritos em tramitação na Corte. A apreensão do passaporte ocorreu no âmbito de uma apuração que investiga supostas intimidações a delegados da Polícia Federal. Desde que iniciou sua carreira política, em 2018, quando foi eleito senador pelo Espírito Santo com 863.359 votos, Do Val já se envolveu em diversas controvérsias. Ele foi eleito pelo PPS, hoje Cidadania. Antes da vida pública, serviu no Exército e afirma ter sido instrutor da Swat, unidade de elite da polícia norte-americana.
Em julho de 2022, declarou ao jornal O Estado de S. Paulo que recebeu R$ 50 milhões em emendas do orçamento secreto como contrapartida ao apoio à candidatura de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à presidência do Senado, em 2021.
Já em fevereiro de 2023, revelou ter sido procurado pelo ex-deputado Daniel Silveira, que lhe propôs gravar, sem autorização, uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes. O objetivo seria obter declarações que colocassem em dúvida a lisura das eleições de 2022, na época presididas por Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Quatro meses depois, em junho, Do Val foi alvo de operação da Polícia Federal por divulgar documentos sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Desde então, suas redes sociais estão com acesso restrito.
O senador também é investigado por supostamente coordenar ataques ao ministro Flávio Dino, com quem travou embates em 2023, quando Dino ainda chefiava o Ministério da Justiça. Em uma das trocas públicas de farpas, o então ministro ironizou o senador: “Se o senhor é da Swat, eu sou dos Vingadores”.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA