Eduardo Bolsonaro amplia ofensiva internacional e pode ser indiciado por coação
Deputado e ex-presidente Jair Bolsonaro são apontados como articuladores de pressão contra autoridades brasileiras

A ofensiva internacional liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo influenciador Paulo Figueiredo tem acendido o alerta entre investigadores brasileiros. Segundo autoridades ouvidas sob reserva, há material considerado robusto para o indiciamento do parlamentar por coação no curso do processo — crime que também pode ser atribuído ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A apuração é da jornalista Andreia Sadi do G1.
A avaliação entre investigadores é que tanto Eduardo quanto o pai serão enquadrados como articuladores de uma campanha de pressão sobre ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), integrantes da Polícia Federal e outras autoridades. Há ainda a possibilidade de pedido de prisão caso Eduardo Bolsonaro retorne ao Brasil, apontam fontes envolvidas nas apurações.
VEJA MAIS
A movimentação ganhou novo impulso após a confirmação, nesta semana, da tarifa de 50% imposta pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros. Em nota publicada na terça-feira (30), Eduardo Bolsonaro classificou a medida como “uma resposta legítima”, em referência às recentes críticas do governo brasileiro à postura de Trump e às sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky.
Não há, até o momento, qualquer sinal de recuo por parte de Eduardo ou do entorno familiar. Pelo contrário: aliados próximos indicam que a estratégia é intensificar os ataques e ampliar os recados enviados a autoridades brasileiras, dificultando tentativas de reaproximação diplomática com os Estados Unidos.
A percepção no meio jurídico é que a atual postura do deputado compromete ainda mais a situação legal do ex-presidente. Investigado por suposta tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro pode agora responder também por tentativa de obstrução de Justiça, caso fique comprovada a participação ativa na articulação internacional.
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA