PP veta candidatura de Moro ao governo do Paraná em 2026; senador alega 'imposição arbitrária'

Estadão Conteúdo

O diretório do Progressistas (PP) no Paraná decidiu, por unanimidade, na segunda-feira, 8, vetar o nome do senador Sérgio Moro (União Brasil) para a candidatura ao governo do Paraná em 2026 pela federação que está sendo formada entre os partidos. Moro, que tem liderado as pesquisas de intenção de voto, classificou a decisão como "imposição arbitrária".

A cúpula do PP no Estado se reuniu em Curitiba com a presença do presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que endossou o veto ao ex-juiz da Lava Jato. "O partido no Paraná não irá homologar o nome do candidato Moro. Dos 27 estados, este é o mais importante diretório, mas é o único que ainda está tendo essa discussão", disse ao sair do encontro.

Nogueira afirmou que se reuniria com Moro e o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, nesta terça-feira, 9, para tratar sobre a decisão do Progressistas.

A presidente do PP no Paraná, a deputada estadual Maria Victória (PP-PR), disse ter "conversado bastante" com Moro e ter tentado "da melhor forma possível" construir uma aliança. "Infelizmente, não foi possível", contou após a reunião.

Moro sem apoio político

Em um comunicado oficial, o PP do Paraná afirmou que "ao longo de sete meses não houve avanços significativos no diálogo com o União Brasil no Paraná, nem adesão interna que sustentasse a candidatura". Procurado pelo Estadão, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder da legenda no Paraná, afirmou que Moro não conseguiu construir apoios no partido.

"Temos que montar chapas, preparar o partido para o ano que vem, tomar decisões e estamos informando que não vamos apoiar Moro", explicou. Ele disse que a legenda no Estado trabalha para manter as bancadas de sete deputados estaduais e cinco federais.

O partido ainda não definiu quem apoiará ao governo do Estado em 2026. Atualmente, o PP integra a base do governador Ratinho Junior (PSD), em segundo mandato. Entre os nomes mais cotados do PSD, estão os secretários Guto Silva, que já foi do PP, e de Rafael Greca, ex-prefeito de Curitiba, além do presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi. Pelo PP, o nome mais cotado é o da ex-governadora Cida Borghetti, casada com Ricardo Barros e mãe de Maria Victória.

Senador diz que vai manter pré-candidatura

Em uma publicação no X, o senador Sérgio Moro afirmou que "política se faz com diálogo, respeito e não com vetos ou imposições arbitrárias". Ele também bancou a manutenção da pré-candidatura ao governo do Paraná.

"O União Brasil Paraná segue, como autorizado pelo presidente nacional, com a sua candidatura e com o diálogo com os Progressistas. Nosso compromisso é com a boa gente do Paraná e não com interesses particulares. Nossos únicos adversários são o PT, o atraso e o crime organizado", escreveu.

O Estadão entrou em contato com a assessoria do senador para falar sobre a decisão do Progressistas, mas ele preferiu não dar entrevista. Também pelas redes sociais, o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, contou que ainda tentará dialogar com o PP.

"O União Brasil tem o Senador Sergio Moro, líder absoluto em todas as pesquisas, como pré-candidato ao Governo do Estado do Paraná e irá insistir na homologação da candidatura. A intenção é de dialogar com o Progressistas no âmbito da Federação, buscando o melhor para o Paraná e também para Federação. A imposição de vetos arbitrários é inaceitável", afirmou.

O Progressistas e o União Brasil solicitaram o registro para formar a federação partidária ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na quinta-feira, 4. O tribunal ainda precisa deferir o registro para que a federação seja oficializada. Apesar do impasse no Paraná, Ricardo Barros tratou o assunto como resolvido e disse não acreditar que o veto interfira no acordo entre os partidos para a federação.

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