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Parlamentares paraenses divergem sobre relatório da CPMI que pediu indiciamento de Bolsonaro e aliados

Enquanto os políticos de oposição criticam o texto elaborado após meses de investigação, os da base gostaram do resultado

Elisa Vaz
fonte

A bancada paraense no Congresso Nacional diverge sobre os resultados da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos de 8 de janeiro, em Brasília, e episódios anteriores que, em tese, teriam inflado intenções golpistas pelo país. O relatório de mais de mil páginas elaborado a partir dos cinco meses de trabalho, que pediu o indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) e de mais 60 pessoas, desagradou, por exemplo, o deputado federal Joaquim Passarinho (PL).

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Embora ele acredite que o conteúdo tenha ficado dentro do esperado, avalia também que o relatório exime muitas pessoas de culpa. “A culpa é toda do governo passado. Os culpados, segundo a relatora, são o presidente Bolsonaro, o ajudante de ordens Mauro Cid e o Anderson Torres, ministro que na época estava com Bolsonaro nos Estados Unidos. E, segundo ela, o ministro Flávio Dino não tem culpa nenhuma”, critica.

O parlamentar ainda lembrou do caso de Gonçalves Dias (o G. Dias), ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula. “Ele era o chefe do setor e foi avisado com antecedência, não quis as tropas, estava dentro do Palácio, participou de tudo, deu água para quem estava invadindo, e esse também totalmente inocentado. Coitadinhos, a gente fica até com pena deles estarem sendo envolvidos nisso”, ironiza Passarinho.

Parcial

Para ele, o resultado da Comissão, apresentado no relatório, foi “totalmente político” e “foi feito no Palácio da Justiça”. A avaliação do deputado federal é de que este é mais um mecanismo de investigação parlamentar que vai “do nada a lugar nenhum”, sem provas e sem explicar, de fato, o que ocorreu no dia 8 de janeiro. Ele diz ainda que espera que o relatório não seja levado em consideração pelo Ministério Público, onde agora será analisado.

Passarinho também aproveitou para criticar as penas estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para as pessoas envolvidas nos atos terroristas e que foram consideradas culpadas em julgamento. “Não estou justificando, elas estão erradas, mas acho que a dosimetria da pena está sendo muito alta. Nunca vi golpe só com garrafa de água e mochila, sem nenhuma arma, sem nenhum canivete no meio”, pontuou. “Elas precisam pagar por isso, mas não com essa dosimetria que foi criada para elas comparando a assassinos”.

Base

Também deputado federal, Airton Faleiro (PT), por outro lado, elogia o relatório e avalia o trabalho da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), como “impecável”. “Indiciou Bolsonaro, Anderson Torres, Braga Netto, Silvinei Vasques, Augusto Heleno e mais 56 criminosos que atentaram contra a democracia, dentre eles militares, assessores e empresários”, ressalta.

O parlamentar agradeceu, quase de forma irônica, ao deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE). “Foi graças a ele que a CPMI foi aberta”, detalhou. “Desde o início, os parlamentares bolsonaristas tentaram usar a CPMI para tentar culpar Lula e seus ministros de tentarem, digamos, ‘um golpe contra si mesmos’. Não colou. Graças ao trabalho sério de parlamentares comprometidos com a verdade e a justiça, os verdadeiros culpados foram indiciados”, comemora Faleiro.

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