Pará deve abrir 3 mil vagas temporárias no fim de ano

Número porém é 40% menor do que o registrado em 2019, antes da pandemia

Eduardo Laviano
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O final do ano sempre traz a perspectiva de uma onda de contratações de funcionários temporários, especialmente no setor de serviços.

O fenômeno é impulsionado pelo Natal, mas conta sempre com um empurrão de outras datas importantes do segundo semestre, como o Dia das Crianças, Black Friday e, no caso de Belém, o Círio de Nazaré.

A expectativa no Pará é que as contratações temporários somem três mil vínculos empregatícios, com foco no último bimestre do ano, segundo o Sindicato do Comércio Varejista e dos Lojistas de Belém.

Joy Colares preside a entidade e relembra que o número ainda é 40% menor em relação ao patamar pré-pandemia, quando o estado registrou cinco mil contratações temporárias no fim de 2019, mas já representa um suspiro em relação a 2020, quando as medidas de restrição contra a covid-19 ainda estavam mais rígidas.

"As grandes empresas passam a contratar agora em outubro, as médias geralmente no início de novembro e as pequenas empresas somente no início de dezembro. Há uma expectativa positiva em relação a 2020 e de que a gente consiga recuperar ou chegar perto do que foi em 2019, mas ainda tem o desafio da recomposição de renda de algumas famílias", afirma Colares.

Ele destaca que o novembro e dezembro são meses-chave para o comércio pois a compra de produtos para uso próprio e de presentes é irrestrita e beneficia todos os setores.

Com isso, ele quis frisar que o Círio e o Dia das Crianças só impactam de fato lojistas e comércios muito específicos dedicados para ambas a datas, como lojas de brinquedos ou artigos religiosos, e que eventuais contratações no mês de outubro relacionadas a essas comemorações não necessariamente duram até o final do ano.

Colares entende que os lojistas devem ser otimistas, mas que cautela é necessária na hora das contratações.

"Se o empreendedor realmente tem uma perspectiva de que o segmento dele vai se dar bem, tem que aproveitar, mas também se preparar com vendas, estoque, estrutura condições de pagamento. Mas é bom ter cuidado. Tudo é uma hipótese sobre como e quando a expectativa vai se concretizar. A vacinação está avançando e isso é bom, mas vamos com calma, pois uma contratação é muito cara e por isso deve ser estudada", afirma.

Já Jonilson Mota gerencia uma rede varejista com três lojas em Belém. Ele conta que as vagas já começaram a ser anunciadas e as primeiras contratações serão programadas para a segunda quinzena de outubro.

"Você tem uma demanda alta de candidatos e é bom dividir essa contratação em ondas, para sentir o mercado, ver se está aparecendo gente mesmo. E aí em novembro avalia de novo para ver se precisa de mais e repete em dezembro. Vamos chamando quem está no banco de vagas. É também uma oportunidade boa para achar novos funcionários, até porque em janeiro ainda tem muita liquidação e procura", afirma.

Brasil

A Associação Brasileira do Trabalho Temporário aponta que nos meses de outubro, novembro e dezembro devem ser disponibilizadas 565 mil vagas temporárias, diante das 471.300 vagas de 2020, e segundo o presidente da entidade, Marcos de Abreu, a projeção é "cautelosa". 

Segundo a Associação, 60% das contratações temporárias do último trimestre serão impulsionadas pela indústria, seguido de 25% do setor de serviços e 15% pelo comércio.

Outra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) estima que aproximadamente 105 mil vagas serão abertas no país até dezembro pelos setores varejista e de serviços - número próximo ao de 2019, período pré-pandemia.

O trabalho temporário, previsto na Lei Federal 6.019/74 e Decreto nº 10.060/2019, é prestado por pessoa física contratada por uma empresa somente para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.

Os contratados gozam de quase todos os direitos dos trabalhadores regulares, mas a duração do contrato de trabalho máxima é de até 180 dias, com a possibilidade de ser prorrogado uma única vez por até 90 dias corridos, independentemente de a prestação de serviço ocorrer em dias consecutivos ou não.

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