Ministro Juscelino Filho é indiciado pela PF por suspeita de corrupção e organização criminosa
Investigações envolvem suporto desvio de recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi indicado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no âmbito das investigações sobre desvio de verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (12.06) pelo Estadão.
Segundo a reportagem, a relatório da investigação PF foi enviado nesta terça-feira (11) ao gabinete do ex-ministro de Justiça do Governo Lula e agora ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que deve remeter os autos para a Procuradoria-Geral da República (PGE), para que se manifeste sobre uma eventual denúncia no caso ou peça novas diligências.
Em setembro do ano passado, a PF deflagrou a Operação Benesse, que mirou a irmã de Juscelino, Luanna Rezende, prefeita afastada de Vitorino Freire (MA). A corporação também solicitou buscas contra o próprio Juscelino Filho, mas o pedido foi negado pelo presidente do STF, o ministro Luis Roberto Barroso.
De acordo com o Estadão, em reportagem publicada em janeiro de 2023, o atual ministro das Comunicações direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para a prefeitura de Vitorino Freire asfaltar uma estrada de terra que passa em frente à sua fazenda, no município maranhense.
A Codevasf operacionalizou a distribuição de verbas do orçamento secreto e a prefeitura de Vitorino Freire fechou contrato com ao menos quatro empresas de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro.
Uma auditoria interna da Codevasf concluiu, no último mês de maio, após a análise de dois contratos que totalizam R$ 8,988 milhões e tratam da estrada do ministro e outras ruas da cidade maranhense, que houve irregularidades em obras realizadas no município com recursos indicados por Juscelino Filho. A auditoria constatou ainda pagamentos indevidos para empresa contratada para as obras.
Juscelino Filho ainda não se manifestou sobre o indiciamento da PF.
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